Os 21 artigos nele publicados abrangem a cidade de Natal e o espaço do Rio Grande do Norte

Colunas

A MÁQUINA DO TEMPO

Livro é uma promessa de aventura, prazer e conhecimento, uma viagem fantástica, que qualquer um pode fazer.

15 de setembro de 2022

Clotilde Tavares

Ao caminhar por uma rua qualquer no centro da cidade ou pegar a estrada para ir à cidade vizinha, geralmente não temos noção do tanto de passado que existe, camada sobre camada, naqueles lugares.

A avenida cheia de gente, lojas abertas, trânsito veloz, vitrines brilhantes, já foi pacata via de apenas uma pista ladeada por construções simples; antes disso, foi trilha que levava de um poço a uma capela; antes ainda foi picada aberta na vegetação por povos indígenas, os donos originais da terra.

Quem ama a história e tem curiosidade sobre o passado, sobre o “como-era-antes”, sabe que esse conhecimento enriquece e amplia os horizontes pessoais e intelectuais, fornece uma melhor compreensão da realidade e fortalece a noção e o sentimento de cidadania.

Para satisfazer essa curiosidade é que surge o livro “Rio Grande (do Norte): história e historiografia”, organizado pelos historiadores Carmen Alveal, José Evangelista Fagundes, Leonardo Rolim, Thiago Alves Dias e Thiago Torres, e que saiu pela editora da UERN. Tem 653 páginas é o resultado do trabalho dos historiadores vinculados ao Laboratório de Estudos em História Social da UFRN. O desejo dos autores é que circule amplamente fora do ambiente acadêmico, atingindo professores do ensino médio e o público em geral interessado no tema.

Os 21 artigos nele publicados abrangem a cidade de Natal e o espaço do Rio Grande do Norte, no período que vai do século XVII até meados do século XIX, e revela, ante nossos olhos maravilhados, um panorama do que era a vida naquele tempo.

Sem abrir mão do rigor acadêmico, os autores usam uma linguagem acessível, e retratam como nasceram a cidade e a capitania, e suas transformações ao longo do período; como se organizou o espaço político e social, como se estabeleceram as relações econômicas e, em suma, como a gente potiguar vivia, negociava, plantava, colhia, pescava, casava, criava os filhos, lutava e sobrevivia.

Além de satisfazer a necessidade de conhecimento sobre a realidade do Rio Grande do Norte nos tempos coloniais, esta obra demonstra o brilhantismo do saber produzido na UFRN, que assim é devolvido à sociedade.

Embarcar nessa máquina do tempo é uma promessa de aventura, prazer e conhecimento, uma viagem fantástica, que qualquer um pode fazer.


O texto acima se encontra na orelha do livro mencionado, escrito por mim a pedido dos organizadores, o que me deixou muito honrada.

Você pode ter acesso gratuito ao livro em https://lehs.ufrn.br/docs/historiografia.pdf


http://linktr.ee/ClotildeTavares      clotilde.sc.tavares@gmail.com