Nathália Noronha da falta de shows, insegurança e novos projetos. Foto: Mylena Souza

Agenda Cultural

A quarentena e os novos projetos, um papo com Natália Noronha

Vocalista de Plutão Já foi Planeta fala sobre EP que os reconecta com Natal em versões de Fernando Luiz, Ângela Castro e Androide Sem Par

31 de julho de 2020

Por Jana Maia | Jornalista

Passando por diferentes fases nesse processo intenso que está sendo ano de 2020, Natália, cantora de Plutão Já foi Planeta conta que tem vivido momentos de muita inspiração assim como momentos de pouca inspiração, “fico nessa montanha-russa, o que é nada mais que a realidade parecida com a vida normal, na verdade, afinal nem sempre estamos inspirados a criar”. E que apesar do processo, toda a banda tem procurado se adaptar, e o resultado disso é um projeto novo saindo do forno.

Antes disso tudo acontecer a banda estava no processo criativo do novo álbum, e já estavam bem encaminhados, com catorze músicas, porém, com a pandemia, os focos passaram a ser outros. Sobre os movimentos futuros da Plutão, ela conta que a banda agora está focada no EP que lançará, que será formado por versões de músicas compostas por músicos potiguares, além de uma música inédita da própria banda. Interpretações de músicas de artistas como Ângela Castro, Androide sem Par e Fernando Luiz estarão no trabalho. Como esse projeto já estava gravado previamente, antes da vida em plena pandemia, eles focaram o trabalho e a cabeça nesse novo filho.

“Não estar fazendo shows tem nos atingido emocionalmente e financeiramente, afinal o show é a parte mais divertida e também nossa maior fonte de renda. Mas na quarentena passamos a estudar mais áudio, produção musical, de tudo um pouco, não romantizando o momento, claro, mas fizemos o que pudemos com o que havia espaço para fazermos”, diz Natália.

Segundo a cantora esse EP significa uma “reconexão” com Natal, uma maneira de encontrar e manter a chama acesa, pois a distância é sempre muito significativa pra quem sai de seu lugar de origem. O projeto é uma parceria com o selo DOSOL, no disco você encontra uma composição de Natália justamente sobre esse sentimento de sair de sua cidade natal e chegar nela, dessa jornada e transição. A música ainda está sem título mas o disco tem previsão de ser lançado agora nesse semestre, para fechar o ano com boas novas.

Natália afirma que nunca foi fácil ser artista, é um ofício no qual vive-se sempre instabilidades financeiras, mesmo sem o contexto da pandemia, “vamos aprendendo a nos planejar, profissionalizar pra mudar”. Mas no momento ela tem testemunhado muitos artistas tendo que lidar com rendas extras, merchans,“dando um jeito”, tentando sobreviver. Portanto, ela destaca o quanto é necessário que haja iniciativas e medidas direcionadas para a cultura, afinal nesse período as pessoas têm precisado cada vez mais de variadas formas de arte, sendo assim os profissionais precisam ser vistos e auxiliados. Natália aponta que além do Auxílio Emergencial é de suma importância que o auxílio voltado para a cultura seja colocado em prática.

Quando perguntada sobre projetos solo, Natália Noronha conta que é algo que está em sua lista de desejos da vida, que tem estudado para isso mas que não há um momento definido. Dividida entre Plutão, trabalho paralelo, estudos musicais, projetos remotos e saudades, ela diz que tem vivido ao som de Dua Lipa e Harry Styles nestes tempos complexos e tão precisados de um relaxamento. Bom, ficamos no aguardo de viver com esse novo EP que vem aí nos ouvidos e na cabeça!