Prédio do século 18 que já foi reformado pelo IPHAN-RN. Foto: Alex Regis
É Típico!
Espaço va abrigar o Centro de Referência do Patrimônio Imaterial. Na ocasião houve o lançamento do livro de Jeanne Nesi, "Caminhos de Natal"
12 de julho de 2021
Um dos imóveis mais antigos da história da fundação de Natal, o Armazém Real da Capitania do Rio Grande foi inaugurado nesta segunda-feira (12) após reforma realizada pela direção local do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. A solenidade de entrega contou com a presença do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, e representantes municipais e estaduais. Também na ocasião a arquiteta e escritora Jeanne Nesi lançou o livro "Caminhos de Natal", livro que conta a história do Centro Histórico por meio de seus logradouros.
Construído ainda no período Colonial, o prédio já foi residência para o Padre João Maria no século XIX e até finam de 2000 era a sede administrativa do IPHAN. A obra foi realizada com recursos federais do PAC Cidades Históricas, em torno de R$ 420 mil, tocadas pela superintendência regional do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), restaurou a edificação com as adequações das normas de acessibilidade, sem descaracterizar a arquitetura histórica.
No local irá funcionar o Centro de Referência do Patrimônio Imaterial, que será aberto à visitação pós-pandemia, irá abrigar os registros da literatura do cordel, do teatro de bonecos popular do nordeste, da roda de capoeira e da festa de Sant’Ana de Caicó, bem como, em breve, manifestações do repente e das matrizes do forró. As associações e colaboradores terão espaço para produzir seus trabalhos, como também vender seus produtos. Além disso, parte das atividades da Casa será destinada à expografia. O novo espaço faz parte do conjunto arquitetônico do Centro Histórico de Natal, fque também passa por melhorias e requalificação dentro do projeto da prefeitura.
O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, assegurou que o governo federal trabalha incansavelmente para "entregar à população brasileira museus, teatros, igrejas, fortes e bens que resgatam a cultura de um povo", beneficiando o turismo que foi uma das categorias mais afetadas com a pandemia. “Temos o melhor turismo de belezas naturais, um país sem guerra ou furacão, e queremos resgatar nossa cultura para que seja explorado o ano todo. Essas restaurações geram emprego e renda durante a construção e principalmente após a sua inauguração. Somos um governo que apoia a cultura mesmo na pandemia. Aqui no RN, são mais de R$ 15 milhões de investimentos, dentre estes mais de R$ 10 milhões estão sendo gastos em 14 praças históricas de Natal e na restauração do Forte dos Reis Magos”, informou.
Para Larissa Peixoto, presidente do IPHAN Nacional, esta Casa que está localizada num dos logradouros mais antigos de Natal, reforça o compromisso do governo federal com o patrimônio histórico. “Preservamos a arquitetura colonial, a alvenaria de tijolo maciço, o forro de madeira e a parede de pedra. Expressões, manifestações e festejos estarão presentes nesta Casa”, disse.
O secretário municipal de governo, Johan Xavier, representou o prefeito Álvaro Dias e afirmou que sera um equipamento de conservação e preservação histórica de Natal. “Inaugurar a restauração do Antigo Armazém Real da Capitania que serviu de casa para o Padre João Maria é oferecer ao povo de Natal e aos turistas que nos visitam uma parte da nossa história, da nossa cultura e das identidades culturais de nossa população ao longo do tempo”, comentou.
Histórico
Entre os séculos 17 e 18, os armazéns reais serviam como depósito para armas, munições, fardamento, ferramentas, alimentos, equipamentos náuticos e outras mercadorias utilizadas geralmente pelas forças militares da Coroa Portuguesa ou repartições civis que existiam nas sedes das capitanias e/ou em povoações estrategicamente localizadas no interior ou no litoral do Brasil.
Construído em meados de 1752, em estilo colonial, a restauração da ex-sede do Iphan/RN preservou a parede de pedra, da construção original, mantendo as características construtivas da edificação e suas divisões internas preservadas. Em 1987, passou a ser a sede do Iphan, que lá funcionou até 2012. O imóvel está localizado na rua da Conceição, 603, no bairro da Cidade Alta.
Fonte: Secom/Natal
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