Solar Bela Vista completa 115 anos e ganha nova reforma. Foto: Sesi

Agenda Cultural

Após reforma, Solar Bela Vista reabre nesta quinta (28) como nova opção cultural em Natal

O Imóvel centenário pertence ao SESI/Fiern e passou por uma reforma de adequação da acessibilidade e restauração

28 de abril de 2022

O Solar Bela Vista é um dos poucos patrimônios centenários bem preservados no corredor cultural do Centro Histórico de Natal. O palacete residencial construído em 1907, na antiga Junqueira Aires, hoje Av. Câmara Cascudo, está desde a década de 80 sob a guarda do sistema SESI/Fiern. Recentemente passou por uma reforma de adequação da acessibilidade e restauração e nesta quinta-feira (28), às 19h, será reaberto para o público. A solenidade é restrita a convidados, mas na ocasião será divulgado o calendário das atividades culturais. 

A solenidade de inauguração, realizada pelo SESI e Sistema FIERN contará com uma exposição de artes e instalações e haverá ainda apresentação do Sexteto da SESI Big Band. 

Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o casarão que pertenceu ao coronel Aureliano Medeiros trouxe beleza e inovações para o Natal da época. Após a morte do militar, o imóvel já foi hotel e sede – temporária – do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte. Nos anos 1980, durante a gestão do então presidente Fernando Bezerra, o Sistema FIERN adquiriu o imóvel e fez a primeira grande restauração, com supervisão da Fundação José Augusto (FJA). De lá para cá, o local é o braço cultural do SESI-RN. À época, funcionava uma escola de música, um auditório e salas de leitura.

A mais recente reforma do Solar surgiu após um projeto levado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Amaro Sales, à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ao Conselho Nacional do SESI em um investimento de R$ 650 mil.

“O Solar Bela Vista é um dos patrimônios culturais mais importantes da nossa cidade pela sua história e pela sua imponência arquitetônica, além de abrigar um acervo de arte ímpar. E, após meses de obras de restauração, estamos reabrindo esse espaço para que o natalense, o potiguar e toda sociedade possam conhecer um pouco mais da nossa cultura”, destacou Amaro Sales. 

O superintendente do SESI-RN, Juliano Martins, vê a reabertura do Solar como “importantíssima para o Sistema [FIERN]”. Ele destacou a localização do imóvel, que está totalmente restaurado e reformado, no Centro Histórico de Natal. Um dos pontos ressaltados foi a adequado às legislações para atender a acessibilidade. “Isso resulta em melhorias para a realização de eventos”, disse.

O Solar representa a parte cultural do SESI-RN, que está sendo reativada. “Nos últimos anos, o SESI se dedicou, devido as circunstâncias, à saúde e segurança do trabalhador da indústria e da educação. Agora o Departamento Nacional [do SESI] voltou sua atenção para a parte cultural, que será bem explorada”, comentou.

Durante o evento de reabertura, vai acontecer uma exposição em parceria com o Exposição em parceria com o Museu Câmara Cascudo.

Solar passou por obras de acessibilidade e adequação do estacionamento, que era desnivelado

Restauração

O diretor de Operações do SESI-RN, Gontran Azevedo, disse que o imóvel é mantido dentro do maior cuidado por se tratar de um bem antigo na cidade e ser parte do acervo cultural do SESI-RN. “Foi feito todo um trabalho de reforma, pintura, carpintaria, acessibilidade e adequação do estacionamento que era desnivelado”, explicou.

O processo licitatório ocorreu no final do ano passado e a reforma em si começou final de janeiro. Todo o projeto foi submetido ao Iphan. “Como é tombado, a gente não pode fazer nada que não seja de comum acordo. Nada que foi feito aqui foi sem conhecimento e acompanhamento do Iphan”, assegurou.

Mesmo com as dificuldades por causa das restrições da pandemia, todo o projeto de reforma foi realizado conforme foi licitado no projeto aprovado.

Gontran lembrou que todas as esquadrias em estado deplorável, devoradas pelo cupim e a maior parte das portas e janelas foram trocadas. Um diferencial na reforma realizada, segundo ele, foi acessibilidade na parte posterior do prédio. “Era um terreno muito acidentado, que criava dificuldades em colocar mesas, cadeiras, armar tendas, palcos. Agora pode fazer eventos com capacidade triplicada de pessoas bem acomodadas”, disse.

De acordo com o diretor de operações, a ideia é incorporar o Solar ao portfólio do SESI-RN na área de serviços. “Utilizar o casarão em perfeitas condições para viabilizar financeiramente a manutenção dele, que é cara. Locar para eventos culturais, lançamentos de livros, aniversários, casamentos, gravações. Será um equipamento cultural para a cidade e para o SESI”, afirmou.

Ele lembrou a SESI Big Band, que é uma orquestra de Jazz formada pelos instrutores e professores do projeto SESI ARTE do SESI-RN, que pode vir a fazer apresentações culturais no Solar. “É um motivo de muito orgulho e responsabilidade manter esse patrimônio histórico vivo”, concluiu o superintendente do SESI-RN.