Das Águas que Atravesso: Um Diário de Vida que Ancoro, cena da médica Renata Meiga e Jhoao Júnior
Agenda Cultural
Série estreia no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador. Ator Jhoao Junior participa com cena realizada em parceria com médica
08 de julho de 2021
O Itaú Cultural abre neste Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador (8), uma nova série do projeto Cena Agora, que acontece até o dia 18, no período de quinta-feira a domingo. Depois de abordar o Nordeste, a atividade, desta vez, é voltada à relação da ciência com as artes – seja como tema ou como processo de criação. Tendo como provocação a temática Corpxs reagentes, existências em crise, o Cena Agora – Arte & Ciência reúne duas mesas e 12 cenas de no máximo 15 minutos, nas quais artistas convidados colocam em pauta e no palco diferentes olhares sobre o diálogo entre esses dois segmentos, em uma relação direta também com a atualidade.
Realizadas dentro do Palco Virtual do Itaú Cultural, as atividades são on-line e gratuitas, acontecendo sempre de quinta-feira a sábado, às 20h, e no domingo, às 19h, pela plataforma Zoom. Todas as apresentações são seguidas por conversas com os elencos e mediadores, que nesta edição do Cena Agora acompanharam o processo criativo dos artistas para a criação de cenas inéditas. Os ingressos devem ser reservados via Sympla – mais informações em www.itaucultural.org.br.
As quintas-feiras são reservadas para reflexões sobre o tema. Na primeira semana, iniciada no dia 8, traz a mesa Como pensar arte e ciência em um mundo complexo? Reunindo a artista visual Rejane Cantoni, doutora e mestre em Comunicação e Semiótica pela Universidade Católica de São Paulo, e a biomédica Helena Nader, que entre outros reconhecimentos e títulos é atualmente vice-presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC), o encontro busca provocar um pensamento sobre uma atuação coletiva entre a arte e a ciência. A mediação é de Jader Rosa, gerente do Núcleo do Observatório Itaú Cultural.
As exibições das cenas criadas especialmente para a programação acontecem de sexta-feira a domingo, com duas criações por noite. No dia 9, que conta com mediação da artista-pesquisadora Walmeri Ribeiro, as convidadas são do universo da dança e levam para o palco o seu olhar para as ciências naturais. A pernambucana Flávia Pinheiro conduz In Vitro, performance que, em analogia às formações da natureza, aborda o conhecimento que os elementos trazem em si e como são produzidas as verdades criadas para narrar as histórias ensinadas. A paulista Júlia Abs faz em Dez uma celebração à vida no planeta Terra, em uma espécie de partitura coreográfica, como uma mandala a ser ativada.
Conceito e técnica
No sábado, 10, o conteúdo desta programação é científico, com a participação de dois grupos que nasceram com a proposta de relacionar esses dois segmentos. O Núcleo Arte e Ciência no Palco, de São Paulo, apresenta A Extinção é a Regra. A Sobrevivência é a Exceção, fazendo, a partir desse conceito, um exercício de reconstruir os fragmentos surgidos da fecunda curiosidade humana, combinando atores com criações visuais, histórias de descobertas com provocações anti-negacionistas, passado e presente, humor e poesia.
O grupo carioca Ciênica mostra ao público Sua Companhia. Na cena, quatro amigos, em um encontro virtual após mais de um ano de distanciamento entre as pessoas, resgatam seus vínculos, memórias e afetos, em meio a enxurradas de informações, emoções, ciência, tecnologia e incertezas. A primeira semana de Cena Agora – Arte & Ciência fecha no domingo, 11, com a ciência presente no teatro de bonecos. Após as cenas, o diretor audiovisual Ricardo Laganaro conduz o bate-papo com os convidados. Os mineiros do grupo Pigmalião Escultura que Mexe apresentam Fábulas Antropofágicas para Dias Fascistas:
Segunda semana
A programação do Cena Agora – Arte & Ciência retona dia 15 de julho, dedicando mais uma vez a quinta-feira à reflexão, com um debate sobre a temática. Com mediação do ator, diretor e mestre em Ciências Leonardo Moreira, a mesa Experiências artísticas, obras científicas – um debate sobre a fricção entre arte e ciência abre a atividade com a participação de três convidados. Uma delas é a química baiana Kananda Eller, conhecida como Deusa Cientista nas redes sociais, onde faz divulgação científica buscando romper com a universalização de uma ciência branca. Para tanto, traz referências negras dentro de uma perspectiva afro.
A mesa conta, ainda, com a carioca Letícia Guimarães, que atua no Museu da Vida – Fiocruz, criando e dirigindo espetáculos teatrais com o objetivo de promover a saúde e popularizar a ciência com um viés político-social. O último convidado é o cearense Marcus Vale, fundador da Seara da Ciência, museu dedicado ao tema na Universidade Federal do Ceará (UFC), onde coordena o grupo de teatro e outras atividades de divulgação científica.
Para iniciar a exibição das cenas, na sexta-feira, 16, o Cena Agora provoca a reflexão sobre as ciências naturais e humanas como áreas próximas. Nesse sentido, o diretor, dramaturgo e ator Fabiano Dadado de Freitas e o dramaturgo Ronaldo Serruya apresentam O Futuro não é Depois: Uma Performance Palestrativa sobre Cazuza e Herbert Daniel. Depois de promoverem um encontro de suas pesquisas sobre os corpos dissidentes a partir da epidemia de HIV-AIDS, agora, no centro de outra pandemia, eles acessam uma ancestralidade positiva por meio do pensamento-ação de Cazuza e Herbert Daniel, em um chamamento do passado que sinaliza futuro, em uma ideia espiralar sobre o tempo.
Águas que Atravesso
A noite traz, ainda, Das Águas que Atravesso: Um Diário de Vida que Ancoro, cena da médica Renata Meiga e do ator Jhoao Junnior. Obra criada a partir dos apontamentos de doulagem de Renata Meiga, esse diário fílmico retrata a experiência da profissional junto aos seus pacientes. Nele, a morte é um caminho encarado pela perspectiva do cuidado e da vida que há enquanto a morte não chega. Nessa travessia, a vida é ancorada por uma doula. Após a apresentação, o bate-papo com o elenco é mediado por Dodi Leal, líder do Grupo de Pesquisa Pedagogia da Performance: visualidades da cena e tecnologias críticas do corpo, da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).
No sábado, 17, a programação conta com dois convidados que trabalham a ciência em seus processos de criação. Em Figura Humana, o grupo chileno-brasileiro Tercer Abstracto parte da pesquisa e criação feita a partir do manifesto Homem e Figura Artística (1925), de Oskar Schlemmer, que apresenta os princípios metodológicos da prática cênica da oficina de Teatro da Bauhaus. A outra cena da noite é Corpos Aleatórios ou Sobre a Aparente Aleatoriedade da Vida, do AntiKatártiKa Teatral (AKK), com o ator, diretor e autor teatral Nelson Baskerville, Cau Vianna, Nelson Baskeville e Raimo Benedetti.
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