Empanadas são algumas especialidades do espaço

Colunas

Biankombi: Café-bar como um pedacito de Buenos Aires em Natal

Casa aposta em doces, como alfajor, petiscos de bar e salgados portenhos clássicos como empanadas

17 de dezembro de 2022

Cefas Carvalho

Instalado na parte externa de um centro comercial e de lazer na Rua Jundiaí, em Petrópolis, Natal, há pouco mais de dois meses, o café-bar Biankombi já faz sucesso e reúne clientes fiéis. A receita do êxito rápido não chega a ser segredo: a diversidade (funciona como cafeteria e como barzinho, com área interna com ar condicionada e externa, ao ar livre e vista para a rua), a simpatia dos donos, o argentino Carlos Bianconi e a natalense Jessyk Daiana (que morou anos no Rio de Janeiro e São Paulo) e uma comida de primeiríssima qualidade, que vai de guloseimas para acompanhar café, como bolos, doces e alfajor até petiscos de bar e salgados portenhos clássicos como empanadas. Inclusive a definição que os donos dão ao espaço é: "Cafeteria argentina de dia e pub argentino de noite: um pedacito de Buenos Aires em Natal". 

Mas, vamos à origem do Biankombi. Segundo Carlos, que é ótimo papo e contador de histórias bem curiosas, a ideia Biankombi começou muito antes do café-bar, na verdade como um conceito, em 2015 "quando eu ainda trabalhava no mundo corporativo, com gás e Petróleo, entre Rio de Janeiro e EUA e em um leilão da empresa comprei uma kombi, que restaurei e que se tornou uma espécie de ´casa rodante` e nela, viajávamos para Minas Gerais, região serrana do Rio. Em um determinado momento tive que morar nos EUA mas não queria vender a kombi e vários amigos se propuseram a guardá-la para mim e criamos uma brincadeira de dar um nome ao veículo e devido ao meu sobrenome, Bianconi, foi escolhido o trocadilho Biankombi, de tanto que eu gostava dela", diverte-se.

Contudo, quando trabalhava com petróleo e gás nos States, o surgimento da pandemia da Covid-19 em 2021 tornou inviável seu trabalho e sua permanência naquele país, de maneira que teve de retornar. "Aí eu e Jessik tínhamos duas opções: morar em Buenos Aires, onde nasci ou em Natal, cidade da família dela. Como a situação econômica da Argentina parecia pior que a do Brasil, optamos pelo Rio Grande do Norte. E aqui senti a vontade de empreender e retomar ao mundo de café e bar, onde trabalhei há mais de 25 anos em Buenos Aires, em várias funções, desde operando máquinas de café expresso e lavando a louça até cozinhar", explica.

 

"Como eu sempre quis ter um café, mas à moda argentina, com cerveja, chope e comida diversa, decidimos investir nisso, com uma pegada argentina. Mas primeiro fizemos do veículo Biambomki, um café itinerante, começamos nos instalando em lugares como Ponta Negra, avenidas Afonso Pena e Campos Sales, Parnamirim. Até que com a boa aceitação e apoio do Sebrae, decidimos nos instalar em espaço fixo, primeiro pensando em Pipa mas depois decidindo por este espaço em Petrópolis", relata Carlos, registrando que a kombi continua com capacidade de operar como café itinerante e está na casa do pai de Jessyk, no bairro Planalto.

 

O clima portenho que Carlos conseguiu imprimir no espaço é charmoso e apaixonante. A área externa é quase um mini museu de objetos e imagens que remetem aos hermanos. Nas paredes, mapa de Buenos Aires, camisas da seleção portenha e do Boca Juniors, time do coração de Bianconi, além de imagens de Messi, Maradona, fotos e uma "parede da memória" com objetos da família e da infância de Carlos.

 

E esse charme todo pode ser conferido, para quem vai para além do café, com chope artesanal oktos e cervejas argentinas como a clássica Quilmes. E o cardápio chama a atenção. petiscos variados como croquetes de queijo e calabresa, um tostado que na prática é uma focaccia (de muçarela), croissants (com recheios de berinjela ou de costela), quiches, empadas e até mesmo um prato nordestino, a trança de carne de sol. Mas o que me ganhou foram as empanadas, eu sou doido por esta iguaria da terra de Borges e Sábato e não a degustava desde viagem a São Paulo em 2019, quando devorei várias no Caminito (sim, homenagem ao bar clássico da Boca) em Vila Mariana. São três sabores: carne (muito temperada e desfiada, minha preferida, servida com uma maionese de chimichurri), frango e caprese. Recomendo sem reservas e com força.

 

COPA DO MUNDO

 

E quiseram os deuses do futebol e o signo do destino que o espaço ganhasse mais fama e fregueses fiéis justamente em época de Copa do Mundo com a Argentina fazendo um belíssimo papel e chegando à grande final, a ser disputada neste domingo, 18, contra a França. Carlos e Jessyk garantem uma festa maior que a das partidas anteriores. Este escrevinhador assistiu no local à semifinal Argentina x Croácia e se uniu à vibração de Carlos e dos argentinos que estavam lá para torcer para Messi, Otamendi, Alvarez e companhia. "Fizemos um esforço para reunir argentinos que moram ou estão em Natal e hoje realmente está se tornando um ponto de encontro". explica Carlos. Perguntado sobre a tal rivalidade entre Brasil e Argentina, que às vezes parece mais inventada artificialmente por Galvão Bueno do que uma realidade, ele registra que "na verdade, nunca senti. Existe uma leve rivalidade esportiva, mas aqui vejo muitos brasileiros torcendo pela Argentina na Copa.

 

Quem quiser assistir à Argentina x França ao lado dos portenhos é só correr para a Biambomki e, quem sabe, celebrar Messi levantando a taça de campeão do mundo que certamente merece. E Jessyk registra ainda que juntamente com outros bares e restaurantes no espaço, como o famoso Calígula, está se criando o projeto Varandinha Cultural, com shows musicais e ações culturais entre quinta e sábado, de maneira a oferecer ainda mais atrações para os clientes. No pós-Copa também vale a pena conferir as novidades musicais de um espaço tão bacana e que promete ganhar mais adeptos.

FIQUE LIGADO

Onde fica: Rua Jundiaí, 432. Petrópolis/Tirol

Funcionamento: De terça a quinta das 15h às 20h. Sábado das 15h ás 21h. Este domingo abre excepcionalmente às 11h para Argentina x França às 12h.

Instagram: @biankombi