Acervo foi digitalizado numa parceria entre a Biblioteca e o Laboratório de Imagens (LABIM/CCHLA)
Reportagens
Material inédito e raro está disponível para leitores através do Banco de Dados da Biblioteca Central Zila Mamede
09 de junho de 2021
Cinthia Lopes | Com informações da Agecom
Imagine quantos acontecimentos políticos, sociais, econômicos e culturais da história norte-rio-grandense podem ser pesquisados, revistos ou descobertos em mais de um século de jornais impressos publicados no Rio Grande do Norte? Numa iniciativa inédita com intuito de preservar e facilitar o acesso de pesquisadores, a Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) digitalizou vários jornais potiguares em circulação no século XIX e início do Século XX e está disponibilizando todo esse banco de dados para pesquisas.
O processo de documentação digital do raro acervo foi realizado em parceria da biblioteca universitária com o Laboratório de Imagens (LABIM/CCHLA), que digitalizou os microfilmes do acervo da BCZM entre 2011 e 2015. É um grande catálogo com mais de 15 GB de informação e pode ser acessado no site da BCZM, AQUI.
No banco de dados da BCZN o leitor poderá ver exemplares de A Ordem, entre o período de 1935 a 1952, A República, de 1889 a 1910, Brado Conservador, de 1877 a 1882, Gazeta de Natal de 1888 a 1890 e mais uma diversidade de publicações de curto prazo, como A Avenida (1914), A Encrenca (1913), A Pua (1920), A Urucubaca (1915), Boletim da Instrução (1918), O Alfinete (1915), O Binóculo (1912), O Echo (1912), O Fon Fon (1920), Potiguarania (1890), Zé Povinho (1905), O Santelmo (1891 a 1893) entre outros. Há também jornais de Ceará Mirim, Macau e Seridó.
A jornada dupla de governador e médico
Em uma manchete do Diário de Natal de 22 de julho de 1897, ficamos sabendo que o então governador Pedro Velho fazia uma exaustiva dupla jornada de administrador e médico na clínica do hospital de Natal, depois que o “Dr Juvencio Odorico de Mattos se exonerou do lugar de diretor do hospital”, ficando este sem médico. O jornalista escreveu que “Dr Pedro Velho, então governador do estado, chamou a si a humanitária tarefa de fazer a clínica do hospital e fazer visitas diariamente ele mesmo”. E continua: “além do ato patriótico, é uma grande economia para os cofres do estado por que está prestando gratuitamente os seus serviços médicos”. Vale lembrar que Pedro Velho de Albuquerque Maranhão além de médico, cardiologista e obstetra, foi fundador do Partido Republicano.
Publicidade das antigas
Mesmo àqueles que não são pesquisadores podem acessar o acervo e se deleitar com este exercício de revisitar nosso passado social. Em um dos exemplares digitalizados é possível conhecer o perfil do pequeno comércio local no final do Século XIX. Em 1893, o Empório de Fortunato Aranha, na 13 de Maio, era o lugar mais variado para comprar livros escolares, romances e poesias, livros em branco e riscado, traslados e louzas, papeis de todas as qualidades, inclusive para música, cartões m louvards, penas e tinteiros e também tecidos. E que a Padaria Flor do Natal, vendia pães e bolachas preparados por “um pessoal apto vindo de Pernambuco”, além de adquirir "as melhores farinhas de trigo diretamente da Europa".
Já naquela época cobranças e títulos também iam parar nos jornais. Em uma publicação de 19 de julho de 1893, o comerciante austríaco Nicolau Bigois (pioneiro da Companhia de Águas e Esgotos) não mediu esforços para fazer uma cobrança a Raymundo Cappela, “convidando para ir ajustar contas”.
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