O Ludovicus — Instituto Câmara Cascudo guarda o acervo bibliográfico e museológico do Mestre.
Agenda Cultural
Museu residência do maior folclorista brasileiro abre para visitação a partir do dia 11, mas somente com agendamento prévio
05 de janeiro de 2021
Cinthia Lopes
O mais famoso endereço da antiga Junqueira Aires, atual Av. Câmara Cascudo 377, na Cidade Alta, volta as atividades após uma longa quarentena. O Ludovicus — Instituto Câmara Cascudo reabre para visitação pública no próximo dia 11 de janeiro, das 12h às 17h. Para visitar o museu-residência onde viveu o escritor Luís da Câmara Cascudo, o maior intelectual potiguar e grande etnólogo brasileiro, somente sob agendamento prévio através dos tels.: 8432223293 ou pelo whatsapp 8498827-3866. "Será em horário reduzido e os grupos não podem passar de 10 pessoas", reforça a atual presidente da instituição, Daliana Cascudo, neta do folclorista.
De acordo com o comunicado publicado em redes sociais, a Casa de Cascudo atende ao protocolo geral de enfretamento à Covid-19 para museus, no qual obedece as normas sanitárias de horário e público reduzidos. Outras medidas serão tomadas para garantir segurança e conforto aos visitantes e funcionários, informa. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) R$ 5 (meia) e os isentos acima de 60 anos e abaixo de 7 anos.
A Casa de Cascudo reúne todo o acervo museológico e bibliográfico do folclorista. Da parte de museu constam suas coleções de etnografia africana, indígena, sacra Católica, arte popular brasileira e arte popular estrangeira, iconografia, pinacoteca, o mobiliário e as alfaias, objetos pessoais famosos como a máquina de escrever, mobiliário original, e as comendas.
Mobiliário, pinacoteca e coleções etnográficas compõem o material para ver
Já a parte do acervo bibliográfico constam documentos, livros, discos, correspondências (acervo digitalizado), jornais, documentos históricos, cordéis, partituras, acervo fotográfico, biblioteca pessoal, setor de pesquisa.
A casa foi construída na forma de um chalé, em 1900, pelo industrial Afonso Saraiva Maranhão e adquirida, em 1910, pelo futuro sogro de Cascudo, Desembargador Dr. José Teotônio Freire (1858-1944), quando da transferência do antigo proprietário de Natal. Em 1947, Cascudo comprou o chalé da sua sogra Dona Maria Leopoldina Viana Freire, e lá ele viveu até o fim de seus dias, em 1986. Em 1990, ela foi tombada pelo setor de patrimônio estadual através da Portaria No. 045/90, como forma de preservação e conservação histórica.
Casa foi consteruída em 1900 e há 10 anos abriga o museu de Câmara Cascudo
Após o falecimento de Cascudo (1986) e de sua esposa, Dáhlia (1997), a casa permaneceu aos cuidados da filha, Anna Maria Cascudo Barreto, e, em 2005, encontrava-se seriamente comprometida por uma infestação de cupins no seu telhado. Para solucionar este problema foi realizada uma criteriosa restauração, a cargo do Engenheiro Civil Camilo de Freitas Barreto, marido de Anna Maria, iniciada em dezembro de 2005 e concluída em dezembro de 2009, toda realizada com recursos próprios. A casa foi aberta à visitação pública, a partir de janeiro de 2010, abrigando o Ludovicus, possibilitando a todos os interessados conhecer um pouco mais sobre o mestre potiguar.
Famosa porta autografada por personalidades brasileiras que visitaram o Mestre
A casa de Câmara Cascudo foi, durante a maior parte do Século XX, um dos lugares mais visitados de Natal. De humildes pescadores à grandes intelectuais, como Mário de Andrade, jornalistas, pesquisadores, mestres da cultura popular, autoridades e celebridades como a modelo Roberta Close. Todos já adentraram a famosa sala de estar para conversar com Luís da Câmara Cascudo. Muitos deixaram a marca assinada na famosa parede de autógrafos, preservada na casa.
O folclorista deixou ao mundo um legado, que soma 234 publicações, entre elas mais de 150 livros, boa parte dos títulos tem edições atualizadas pela Global Editora, que detém direitos da obra cascudiana.
Reedição de “Sociologia do Açúcar”
Das novidades recentes que pode ser adquirido no local é a nova edição do livro "Sociologia do açúcar - pesquisa e dedução", com reedição lançada em novembro de 2020, pela Global. A obra teve sua primeira edição em 1971 (Rio de Janeiro: Instituto do Açúcar e do Álcool, Coleção Canavieira) e volta agora nesta reedição.
O livro é o resultado da dedicação de anos de Luís da Câmara Cascudo ao estudo de um dos elementos da cultura material de maior presença nas sociedades mundo afora: o açúcar. As complexas relações que se estabeleceram entre senhores e escravos, as mudanças nas técnicas de fabrico do produto ao longo dos tempos e seus diferentes usos na arte culinária são alguns dos aspectos presentes neste livro.
Para saber mais sobre o espaço visie o www.cascudo.org.br ou as redes sociais @Institutocamaracascudo
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