Bar do Gil se mantém em formato "cigarreira" , mas serve pratos da culinária típica
Colunas
Local fundado pelo seridoense de Parelhas, Gilberto Matias, serve alguns petiscos imbatíveis, como arrumadinho e casquinho de caranguejo
08 de outubro de 2023
Por Cefas Carvalho
Funcionando há 34 anos no mesmo espaço no atual formato, a Cigarreira do Gil é um símbolo da boemia e da boa comida no bairro de Ponta Negra, ali próximo ao primeiro conjunto habitacional do bairro e ao Praia Shopping, atraindo gente de todos os lugares de Natal e mesmo de outros municípios e estados do país, com seu formato de "bar raiz" ou "à moda antiga" como dizem alguns dos fieis clientes.
Tendo origem em literalmente em uma simples "cigarreira", espaço típico de Natal e que até hoje se mantém no local como apoio, o local foi adquirido por Gilberto Matias Dantas, o Gil, potiguar de Parelhas, no Seridó, que havia morado em São Paulo por dezesseis anos (chegando a trabalhar em lugares como o Buffet Torres e a Confeitaria Ofner) e queria abrir um bar com comida simples e boa no bairro. "Naquela época Ponta Negra tinha pouca coisa, e esse trecho era só mato", diverte-se. Ainda assim, com cerveja sempre gelada, alguns tira gostos bem feitos pelo próprio Gil e muita simpatia (até hoje ele conversa com todos os clientes que aportam) a Cigarreira foi se expandindo.
Caldo de Sururu
Com o diferencial da dos serviços e da comida e a própria expansão do bairro, a Cigarreira do Gil foi conquistando uma clientela fixa e das mais fiéis, mesmo com uma concorrência crescente e bares sendo abertos a poucos metros do seu espaço. "Muita gente diz que prefere vir aqui porque é mais despojado e parece com a maneira de frequentar bar do passado", registra Gil. O que este escriba, que é frequentador do bar, respalda como verdade verdadeira. Cardápio de papel, mesas de plástico, folhas caindo das árvores entranhadas entre as mesas com folhas caindo, transmissão de partidas de futebol em dois aparelhos de tv e música ao vivo quase sempre com MPB e seresta nas sextas e sábados. O que atrai clientes de toda Natal, de outros municípios e mesmo de outros estados, como ressalta Gil.
Seu Gilberto e o colunista de Comida de Bar
A COMIDA
O cardápio, vasto e variado, é um trunfo do local. Segundo Gil, o prato que mais sai é o já lendário Arrumadinho (R$ 18 o pequeno e R$ 25 o grande), seguido da Casquinha de Caranguejo (dos meus preferidos e para mim um dos melhores de Natal) a 9 reais e também a Ova de Curimatã (R$ 13). Os caldos, por falar nisso, são maravilhosos e têm imensa saída: peixe, sururu (meu caldo preferido), camarão, mocotó bacalhau e lagosta (quando a época, claro) entre R$ 10 e R$14. Os mais chegados em comida mais regional que "dê sustança" podem recorrer à Dobradinha (R$ 13), Picado de Carneiro (R$ 16) e a também célebre Língua ao Molho Madeira (R$ 28).
Para frequentadores mais ortodoxos e/ou comedidos ou sai Isca de peixe ou frango e prazos bem menores como Azeitona, Macaxeira e batata fritas, ovo de codorna e até mesmo porção de salame (R$16) sendo um dos poucos bares de Natal a servir esse frio tão comum nos bares do Rio de Janeiro, onde me acostumei a comer ainda na adolescência. Gosto de tudo do cardápio mas tenho fixação pela porção de Kibe (16 unidades por R$ 18). Claro que o local serve espetinhos, todos extremamente bem feitos. Como quem lê pode ver nas fotos e como se preza a um bar raiz, os pratos são fartos e servem duas pessoas e às vezes três. Vá sem medo, preferencialmente acompanhado/a ou em turma e com tempo para trocar dois dedos de prosa com o Gil para a experiência ser completa.
FIQUE LIGADO
Cigarreira do Gil.
Rua Ilson Marinho, 350, Ponta Negra.
Aberto de segunda à sexta, das 14h30 às 23h, e sábados e domingos das 11 às 22h.
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