Dácio Galvão retrabalha palavras e imagens para criar nova narrativa

Agenda Cultural

Dácio Galvão revisita sua produção poética em "Poética Geral"

Lançamento acontece dia 10 de dezembro, no Café São Braz da av. Campos Sales, em Petrópolis. O autor autografa no deck ao ar livre

01 de dezembro de 2020

Motivado pelas vanguardas poéticas e emerso nas tradições intelectuais de sua província, o poeta e gestor Dácio Galvão põe novamente em movimento palavras e imagens no novo livro “Poética Geral”, sexto de sua produção literária. A obra condensa tudo isso: referências filosóficas, paisagens emotivas  locais e lapidações de textos seus e de outas leituras e autores. Um panorama construtivo de sua produção poética que começou a ser escrita e retrabalhada entre 1981 até 2020. 

O lançamento presencial será dia 10 de dezembro, a partir das 17h30 no Café São Braz (Av. Campos Sales, 692a). A sessão de autógrafos ocorrerá no deck ao ar livre. Opcionalmente, para quem não puder estar presente, haverá sistema drive-thru para compra do livro. O uso de máscara será obrigatório e no local haverá aferição de temperatura, disponibilização de álcool 70° e tapete sanitizante.

Nas palavras de Antonio Cícero, "Poética Geral" “transcende qualquer classificação”. Dácio também não ousa classificar. Mas aqui cabe uma suposição: É como se Câmara Cascudo. J. Medeiros e Bob Dylan se encontrassem em uma jornada de poemas linguísticos-visuais recriados pelo autor.  O Cícero do prefácio, à propósito, é o poeta, compositor e membro da Academia Brasileira de Letras, autor de clássicos na voz de Marina Lima. 

Em introdução elogiosa, Antonio Cícero também sugere uma leitura atenta de "Poética Geral”: “é um desses livros admiráveis que devem ser lidos e relidos várias vezes. Será amplamente recompensado o leitor que, após dar uma olhada geral no livro, dedique um bom tempo à leitura e releitura de cada uma de suas partes em particular”.

Poemas e imagens que passeiam entre as vanguardas e a tradição 

Para Dácio, desde os tempos gregos imemoriais se trabalhavam os adornos visuais para a poética. Assim como depois as vanguardas históricas levaram adiante essa implosão. O autor também buscou dar potência ao imagético do passado e também as vanguardas para compor esse diálogo linguístico-visual, localizando desde as gravuras rupestres de 5 a 10 mil anos do sertão do Seridó, ferros de ribeiras, até fisionomias ortodoxas cosmopolitas da poesia concreta. Nesses recheio encontra-se até um poema de Dácio estruturado na caligrafia de Câmara Cascudo fazendo poesia visual no manuscrito de Shimmy, o poema de 1925. "Tradição e transgressão no fazer conceitual", comenta.

Das ilustrações que compõem a narrativa  há desde rupestres extraídas do livro Resquícios de uma Civilização Antiquíssima de José Azevedo Dantas, Ferros de Ribeira do Seridó, aos desenhos do poeta potiguar J Medeiros, assim como o “Ovo de Ema” por O Lamartine,  e os desenhos caligráficos de Câmara Cascudo.

Os poemas ilustrados estão organizados em seis fases que o autor chamou de “movimentos”, unindo ilustrações e textos que formam a linguagem essencial de sua produção. Antônio Cícero aqui descreve cada um desses movimentos: Parte do “Escopo Épico” onde estão as palavras em estado bruto ilustrados por traços e caracteres enigmáticos. 

O segundo movimento seria seu “Trajeto Visual” composta de palavras-valises, versanagramas, criações verbo-visuais que citam “Marcel Duchamp, James Joyce, Augusto de Campos, Julio Plaza e Guimarães Rosa”. 

O terceiro é o dos “Poemas da Província Emersa”, com alguns poucos, porém belos, poemas em versos, dos quais, efetivamente, emergem cenas do Rio Grande do Norte. O quarto movimento – “Feira Romântica” – parece, estilisticamente, continuar o terceiro, por serem seus poemas também compostos de versos, porém sua temática é romântica.

O quinto movimento, intitulado “Poemúsicas” e dedicado a Bob Dylan, é composto de belos poemas em versos, que são também admiráveis letras de canções. Musicados por grandes compositores e cantados por grandes cantores, eles são também deliciosos como poesia para ser lida. O sexto e último movimento – intitulado “Logo(s) Poética(s)” é composto de poemas visuais – metaimagens – impressionantes. 

“Poética Geral” chega ao leitor pouco mais de um ano do seu último livro, ensaio sobre a produção poética do conhecido intelectual potiguar, Câmara Cascudo. Dácio Galvão é autor dos livros “Blues Repartido”, “Palavras, Palavras, Palavras”, “Da Poesia ao Poema” e no ano passado lançou “O poeta Câmara Cascudo: um livro no inferno da biblioteca”. Além dos Cd’s-livros “Poemúsicas1” e “Poemúsicas2”. Durante a pandemia, Dácio Galvão lançou “Porto do Madeiro”, um retorno às origens na arte do vídeo experimental em parceria com Cid Campos, Lucila Meirelles e Augusto Calçada.

Serviço

Lançamento de Poética Geral, de Dácio Galvão.

Dia 10 de dezembro, às 17h30 no Café São Braz (Av. Campos Sales, 692a).

A sessão de autógrafos ocorrerá no deck ao ar livre.

Haverá sistema drive-thru para compra do livro.

O uso de máscara será obrigatório e no local haverá aferição de temperatura, disponibilização de álcool 70° e tapete sanitizante.