Capa emblemática de Nu: A cabeça servida na bandeja.

Agenda Cultural

Djonga expõe as próprias contradições em seu quinto disco ‘Nu’

Artista lança novo álbum em meio ao isolamento da pandemia e o distanciamento das redes sociais, após polêmica em 2020

14 de março de 2021

Djonga está ‘Nu’. O nome do seu quinto disco remete não só ao despir-se daquilo que o aflige, mas na condição do artista diante das próprias contradições:  "Todo artista está sempre pelado, mostrando todas as suas contradições". Desde sábado (13) , como faz todos os anos, o novo trabalho está disponível  aos ouvintes através dos aplicativos de streaming  e no canal de YouTube pela Ceia Ent. e com distribuição da Altafonte. OUÇA AQUI   Vale lembrar que Djonga é um dos nomes confirmados no Festival MADA reagendado para outubro de 2021. Na espera da vacina, o festival não cancelou a programação.

Nu é resultado de um dos anos mais sinistros vividos pelo rapper mineiro. Traz tudo o que ficou acumulado dentro dele durante o período de isolamento social e digital. Envolvido em uma polêmica por conta do show que provocou aglomeração no Rio de Janeiro, em plena pandemia, o artista optou por deletar o seu Twitter e sair das redes sociais.

Mais introspectivo, ele traz muito do Djonga do Heresia, seu disco de estreia, e relata ao longo de oito faixas como o vazio lhe pegou em cheio. "Queria falar do que estava sentindo. Mas acredito que o ser humano é muito parecido na essência, então, talvez, as pessoas se identifiquem também", afirma.

 

"Nós" é o ponto de partida de Nu, com beats de Nagalli e Coyote Beatz. A faixa funciona como um último grito do disco Histórias da Minha Área, lançado em março de 2020. "Ó Quem Chega" é um recado pros vacilões, enquanto "Xapralá" surgiu da necessidade que o artista sentiu de fugir de si para se encontrar. "Essa é uma das minhas favoritas, era tanto sentimento que eu nem fiquei pensando em punchline", comenta o  rapper sobre a faixa que traz beats do MDN Beatz.

"Me Dá a Mão" é um pedido de socorro sonorizado em formato de lovesong. Mostra os muitos Djongas vivos e possíveis dentro do corpo de Gustavo Pereira Marques - alguns serão aclamados, outros nem tanto. "Vírgula" marca o meio do percurso de Nu, além de ser um ponto de virada do álbum. "O sentimento é de que graças a Deus num teve ponto final pra mim e pros meus. Nós respiramos", fala o artista.

"Ricô" é uma interrupção no processo de Djonga. A música traz a participação de Doug Now. "Ele é o melhor MC de BH. Pode dar print aí, ele tá vindo… Vamos lançar coisas dele em breve", promete Djonga.

Com Thiago Braga e Budah, "Dá pra Ser" é um hitzinho que resulta do discurso de "Me Dá a Mão". O pedido de socorro atendido abre possibilidades incontáveis e mais leves: "a vida é uma folha branca,  a história nós monta".

"Eu" encerra Nu e trata-se da faixa que resume o trabalho inteiro. A música em que o menino que queria ser Deus se revela humano ,  algo que ele compreendeu, mas um assunto que, talvez, a turma do dedo apontado não esteja disposta  a  conversar.

 

 

 

Ouça Nu aqui

Assista ao videoclipe de "Nós"