evento também celebra a presença histórica e viva das populações negras e indígenas no Paraná

Agenda Cultural

Doutoranda potiguar promove roda de conversa sobre ancestralidades negras e indígenas em Curitiba

Pesquisadora do Centro de Humanidades da Universidade NOVA de Lisboa promove roda de conversa “Tecendo Ancestralidades"

31 de julho de 2025

A doutoranda e escritora potiguar Elizabeth Olegário, pesquisadora do CHAM – Centro de Humanidades da Universidade NOVA de Lisboa (FCSH/NOVA), promove nesta semana em Curitiba a roda de conversa “Tecendo Ancestralidades: Literatura, Música e Fotografia nos Movimentos Negros e Indígenas”. O encontro será realizado dia 01 de agosto no Nina Restaurante e reunirá artistas, pesquisadoras e ativistas em torno da valorização das expressões culturais afro-indígenas.

Participam da conversa a fotojornalista Fernanda Castro, reconhecida por seu trabalho voltado às questões de raça, gênero e território, e a cantora potiguar Cida Airam, cuja obra musical ecoa saberes afro-brasileiros e indígenas, propondo uma escuta sensível e política da ancestralidade.

Além de propor diálogos entre artes, o evento também celebra a presença histórica e viva das populações negras e indígenas no estado do Paraná, frequentemente invisibilizadas nos espaços públicos e culturais. Segundo dados do Censo 2022, o estado possui a segunda maior população quilombola da Região Sul, com 7.113 pessoas, além de 30.460 indígenas vivendo em 345 municípios. Esses números reforçam a diversidade e a resistência desses povos no território paranaense, que abriga comunidades tradicionais, quilombos e aldeias de etnias como Kaingang, Guarani e Xetá.

Para Elizabeth Olegário, atividades como essa são ferramentas de resistência e reconstrução de memórias coletivas:
“Mais do que uma roda de conversa, é um ato de resistência simbólica. A arte, a palavra e a imagem são caminhos para manter vivas as nossas ancestralidades. São também estratégias de enfrentamento político e afetivo contra o apagamento de nossas histórias.”

Aberta ao público, a roda de conversa pretende reunir diferentes gerações, experiências e formas de expressão que reafirmam a riqueza das ancestralidades negras e indígenas, construindo pontes entre passado, presente e futuro.

QUEM SÃO

Cida Airam é cantora, compositora, des-silenciadora de vozes, produtora musical e parteira da maturidade. Mulher de raízes nordestina, mestiça e radicada no sul do Brasil. Mulher em travessia menopáusica, partejando seu ser e estar no mundo. Juremeira Cabalista que investiga os mistérios e os mitos femininos. Álbuns Lançados: Cida Airam 2015, Nós 2019, Influxo 2021, Singles 2025 do projeto Feminino Ancestral.

Fernanda Castro  é uma das pioneiras do fotojornalismo no estado do Paraná e uma figura essencial na construção de um jornalismo mais diverso, feito por mulheres e pessoas negras. Com uma trajetória que une sensibilidade estética, compromisso social e protagonismo feminino, Fernanda dedicou sua vida a registrar histórias que muitas vezes foram silenciadas pela grande mídia.

Elizabeth Olegário é doutoranda em Estudos Portugueses. É escritora e crítica literária. É formada em Língua e Literatura Portuguesa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e mestre em Comunicação e Culturas Midiáticas pela Universidade Federal da Paraíba. Em 2023 foi professora convidada na Università degli Studi di Siena (UNISi), no Liceo Classico Statale GALILEO di Firenze e na Universidade de Cabo Verde Polo III- Santa Catarina. Em 2024 ministrou aula na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira - Campus dos Males,em São Francisco do Condé/Bahia, em 2025 ministrou aula na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DECOM/UFRN) e no Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília.