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Lívio Oliveira volta às entrevistas. Mas antes, relembra algumas provocações lançadas a intelectuais e poetas
12 de maio de 2021
Lívio Oliveira
Acho que foi no ano de 2008 que tomei conhecimento de uma vertente minha, em meio à participação ativa e inquieta no mundo cultural/literário.
Foi quando iniciei a tarefa alternativa de entrevistador.
Fiz uma lista aleatória, com um bocado de bons escritores daqui e dalhures e segui em frente, disparando perguntas pra todo lado, usando sem moderação essa minha condição de curioso extremado.
Essas entrevistas, em sua maior parte, foram feitas através de mensagens eletrônicas, e-mails, que voavam pelo país quase que semanalmente, em busca de palavras e palavras.
Seus retornos eram sempre motivo de alegria e de descoberta fascinante.
Quase todas as entrevistas foram publicadas no site de Tácito Costa, o famoso Substantivo Plural.
Dia desses decidi que voltarei às entrevistas.
Antes disso, transcrevo de forma aleatória, porém com alguma (sis)temática, itens dessas “perguntarias” e “respostarias”.
Hoje trago o tema da poesia, que vale a pena, claro. Depois, darei continuidade às provocações (dos) intelectuais.
Alguns escritores trataram do tema "poesia" assim:
.Há leis, hoje, para a poesia?
Regis Bonvicino: “Todo poeta maior, como Murilo Mendes, João Cabral ou Drummond, cria suas próprias "leis", cria uma poética – que é menos uma "lei" – uma norma cogente – e mais uma constante dinâmica.”
.Que valor possui (ainda?) a rima para o poema?
Marcos Siscar: “Desde que não seja concebida como regra e, portanto, alheia à necessidade do poema, a rima (ou seja, uma certa semelhança sonora) é um dos diversos recursos que a poesia teve e ainda pode ter para constituir-se. O fato de ser um recurso tradicional não é impedimento para que seja reinventado, reinvestido.”
.A palavra ainda guarda soluções poéticas originais?
Cid Campos: “Vejo esta questão relacionando a palavra a outras mídias. Quando um poema que não foi feito para ser musicado é, por exemplo, mesclado à música, ganha um formato diferenciado, muitas vezes surpreendente, podendo dar novas dimensões ao seu conteúdo. Surge assim uma nova perspectiva de abordagem da palavra. O mesmo pode acontecer, desta forma intermidiática, com imagem, pintura e outras artes.”
.A poesia tem lhe acompanhado sempre?
Affonso Romano de Sant’Anna: “Sempre, mesmo quando estou distraído.”
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