Corpocidade reflete sobre o tempo e o homem, em seu ambiente urbano
É Típico!
Exposição reúne obras que tratam do humana no espaço urbano, e conta com a curadoria de Manoel Onofre Neto
12 de abril de 2024
A figura humana inserida no cenário urbano têm sido elementos recorrentes na pesquisa e na obra do artista norte-rio-grandense Fernando Gurgel. Mais uma vez, cidade, corpo e movimento estão novamente reunidos na sua nova exposição ‘Corpocidade', que será apresentada neste sábado (14), a partir das 10h, no salão da Pinacoteca do Palácio Potengi.
Com a curadoria de Manoel Onofre Neto, a exposição traz obras que refletem sobre o tempo presente, sobre o ser humano enquanto figura central do espaço urbano. “São imagens cotidianas, extraídas das ruas, do ir e vir solitário das multidões anônimas guiadas por horas e distâncias. São cidades que residem em nós, corpo urbano habitado por mapas, arquitetura, tecnologia e tempo, a conduzir-nos a outros espaços, ao outro ou ao nada…” refletiu o curador.
“Corpocidade” foi pensada e construída por meio das linhas de um desenho formal, gráfico, estruturado em planos de cor carregados de movimentos sonoros em contraste com outros silenciosos, que relaxam o olhar e o espírito. O uso do recorte, elemento recorrente nas obras e na série inserido pela figura do relógio, remete a um tempo veloz, de sentimentos esvaziados, onde a paz grafada no outro através da imagem de um coração, fala!
Diante de seus 50 anos de dedicação ininterrupta à arte, o artista nos revela, nesta exposição, outros componentes que alcançam a subjetividade do ser e dele próprio.”Linhas e formas aparecem qualificadas com a força do afeto, em uma conjuntura onde o movimento é pautado pela passagem das horas. É como se a poesia de Álvaro de Campos (heterônimo do poeta português Fernando Pessoa) coubesse perfeitamente na poética de Fernando, “o Gurgel de Deífilo”.
“Trago dentro do meu coração,
Como num cofre que se não pode fechar de cheio,
Todos os lugares onde estive,
Todos os portos a que cheguei,
Todas as paisagens que vi através de janelas ou vigias,
Ou de tombadilhos, sonhando,
E tudo isso, que é tanto, é pouco para o que eu quero.”
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