“Sideral” integra a Seleção Oficial e concorre à cobiçada Palma de Ouro em Cannes
Reportagens
Filmado nas cidades de Natal, Ceará-Mirim e Parnamirim, “Sideral” é o novo trabalho do diretor Carlos Segundo em parceria com a Casa da Praia
15 de junho de 2021
Tem produção potiguar em Cannes. O curta-metragem “Sideral” é o primeiro filme norte-rio-grandense na história a concorrer à Palma de Ouro no Festival de Cannes. A produção integra a Seleção Oficial de Curtas-Metragens da edição de 2021, sendo um dos dois representantes brasileiros na competição oficial do mais importante festival de cinema do mundo. O Festival de Cannes acontece entre os dias 6 e 17 de julho de 2021, no Palais des Festival, na cidade de Cannes, na França.
Filmado nas cidades de Natal, Ceará-Mirim e Parnamirim, “Sideral” é o novo trabalho do diretor Carlos Segundo em parceria com a Casa da Praia Filmes. Esta é a primeira vez que um filme potiguar concorre à Palma de Ouro no Festival de Cannes, integrando a Seleção Oficial de Curtas-Metragens da edição de 2021.
"Sideral" é uma ficção que se desenvolve em torno do histórico dia do lançamento do primeiro foguete tripulado brasileiro na base aérea de Natal e como isso afeta a vida de Marcela, Marcos e seus dois filhos.
Sobre a obra, Carlos Segundo, professor titular no curso de Audiovisual da UFRN, comenta: "Sideral é um filme que passeia de forma sutil por diferentes temas, podendo ainda ser considerada uma obra tragicômica. O filme transita entre os campos poético e realista, conseguindo com isso convergir elementos técnicos e estéticos de uma forma muito singular. É uma obra que só poderia ter sido realizada aqui".
O projeto foi realizado com recursos da Lei Aldir Blanc Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto, Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal, CNC - Centre National du Cinéma et de l'Image Animée.
Genuinamente potiguar
Com produção brasileira de Mariana Hardi e de Pedro Fiuza, através da Casa da Praia Filmes, "Sideral" foi parcialmente financiado pela Lei Aldir Blanc do estado do Rio Grande do Norte. É um filme genuinamente do RN com equipe e elenco de profissionais potiguares, estrelado por Priscilla Vilela e Enio Cavalcante.
Para Hardi, "é um orgulho imenso sermos selecionados no mais importante festival de cinema do mundo, produzindo com recursos locais, além de equipe técnica e artística formada por pessoas que já trabalham no mercado do audiovisual potiguar e que têm construído suas carreiras aqui. É um atestado do nosso potencial, capacidade e sustentabilidade".
Para Pedro Fiuza a indicação do filme à Palma de Ouro também é um marco histórico e uma chance de refletirmos sobre investimentos em arte e cultura: "Em meio a uma pandemia e frente a várias crises, foi possível realizar o filme, evidenciando a importância da Lei Aldir Blanc e do investimento em cultura no país. Isso nos mostra que o Rio Grande do Norte e o Brasil têm toda a qualidade profissional e artística e que, se reconhecidos por políticas públicas e pela sociedade, também serão reconhecidos internacionalmente. Estamos fazendo história com essa seleção inédita para o RN, mas nossa obra não tem fronteiras artísticas e por isso podemos dizer que também somos o Brasil em Cannes."
"Sideral" é uma coprodução internacional entre as empresas brasileiras Casa da Praia Filmes, O Sopro do Tempo e a francesa Les Valseurs, repetindo a parceria do longa "Fendas", também dirigido por Segundo e lançado em 2019 no FID Marseille (o longa-metragem tem previsão de estreia comercial na França no final de julho de 2021). A estreia comemora ainda os dez anos da Casa da Praia Filmes, produtora fundada e sediada em Natal.
Fundada em 2011 em Natal/RN, faz filmes pensando em cinema artístico, político e crítico. Em 10 anos lançou 15 obras incluindo 07 curtas e 01 longa, com destaque para "Sideral" (74º Festival de Cannes), "Fendas" (30º FID Marseille; 43ª Mostra de São Paulo) e "Vai Melhorar" (31º Curta Kinoforum; indicado ao 20º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro). Também trabalha outros formatos como dramaturgia audiovisual para teatro, tendo o Grupo Carmin como maior parceiro, com destaque para o espetáculo "A Invenção do Nordeste" (31º Prêmio Shell).
Crispiniano Neto, diretor geral da Fundação José Augusto, avalia: “A Lei Aldir Blanc no Rio Grande do Norte lançou dez editais, premiou 2800 projetos e concedeu mais 906 auxílios emergenciais. Com um volume de benefícios desta envergadura poderia parecer que privilegiamos a quantidade, mas aqui está a prova da qualidade da produção”.
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