Geoparque abrange uma área de 2.802 km² e atua no desenvolvimento sustentável, fomento à educaçãoã
Reportagens
O acontecimento coloca o espaço dentro do Programa Internacional de Geociências e Geoparques da Unesco, que contempla 177 geoparques no mundo
13 de abril de 2022
O Geoparque Seridó, localizado no município de Currais Novos, no Rio Grande do Norte, foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) nesta terça-feira (13) como um território indispensável para a geologia internacional. O acontecimento coloca o espaço dentro do Programa Internacional de Geociências e Geoparques da Unesco, que contempla 177 geoparques espalhados em 46 países ao redor do mundo e busca aliar os processos de conservação ambiental e avanço consciente junto à comunidade. A região, que abrange uma área de 2.802 km², é atuante no desenvolvimento sustentável, fomento à educação e proteção socioambiental.
O professor Marcos Nascimento, coordenador científico do Geoparque Seridó, disse que a conquista representa uma maior responsabilidade e o início de novos trabalhos a favor do desenvolvimento sustentável da região seridoense.
“Esse reconhecimento irá abrir mais portas para inúmeras pesquisas em diferentes frentes de atuação, envolvendo pesquisadores — tanto discentes quanto docentes — de áreas como geologia, geografia, turismo, ecologia, biologia e história. Afinal, o território promove o desenvolvimento em diferentes temáticas”, afirma.
O processo de elevação do território à escala de relevância global não é recente e tem seu marco inicial ainda em dezembro de 2021, momento em que o Conselho Mundial de Geoparques da Unesco avaliou solicitações de territórios que almejavam ingressar no seu grupo de Geoparques Mundiais. A análise contou com mais de 50 observadores e representantes de mais de 30 Estados-Membros, resultando no encaminhamento de oito propostas ao Conselho Executivo da Unesco. Com êxito, o Geoparque Seridó (RN), um dos representantes do Brasil, alcançou destaque para além do eixo nacional.
Agora, enquanto um dos Geoparques Mundiais da Unesco, ele passa a integrar um trabalho mais fortalecido no desenvolvimento e na manifestação de conhecimentos sobre os patrimônios geológicos. Em relação à UFRN, as ações executadas no Geoparque Seridó acontecem desde 2010 e, atualmente, a Universidade administra a ação de extensão Geoparque Seridó, que reúne alunos de cursos como Geologia, Geografia e Turismo. O objetivo é tornar o território da região não apenas a base para pesquisas e investigações científicas, como também um meio de construção de saberes ao lado da comunidade local.
O trabalho da Instituição no Geoparque está disposto em algumas reportagens desenvolvidas para o Portal da UFRN, a exemplo do especial intitulado O caminho das Pedras, lançado em novembro de 2021. A matéria discorre de forma detalhada sobre o patrimônio geológico, perpassando tópicos-chave, como seus aspectos sociodemográficos, a riqueza de minas de scheelita, papel na valorização da cultura seridoense e impactos na produção de conhecimento acadêmico e ações educacionais.
Foto: Cícero Oliveira
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