Narrativas desenvolvidas pelo autor e ilustrador são baseadas em histórias reais

Agenda Cultural

Ilustrador potiguar desenvolve narrativas visuais sobre a saudade de filhos que perderam os pais 

A convite do Morada da Paz, Aureliano Medeiros ilustra “Histórias que meu pai contava” em homenagem ao mês dos pais

29 de agosto de 2022

O ilustrador, jornalista e escritor Aureliano foi convidado pelo cemitério e crematório Morada da Paz para dar vida às histórias relatadas por dezenas de filhos na campanha "Histórias que meu pai contava". Oito delas foram selecionadas para se transformar em quadrinhos que estão sendo publicados nas redes sociais, em formato de narrativa visual. Ao final do mês, todas serão disponibilizadas em um e-book gratuito para download através do link bit.ly/ebookpai, como forma de eternizar os relatos contados.

Os quadrinhos compõem uma narrativa visual sobre a paternidade, retratando histórias que os pais, ou figuras paternas, contavam para os filhos ou que os filhos tenham ouvido sobre eles. “Quando recebi os depoimentos que as pessoas enviaram, fui lendo e tentando traduzir os sentimentos colocados naquelas histórias, sempre entendendo que depois que a gente vai embora, o que fica são as nossas histórias", detalha Aureliano.

O convite para produzir a iniciativa partiu de uma identificação do ilustrador com o tema da saudade e da vivência do luto e da parceria já desenvolvida em diversas iniciativas junto ao Morada da Paz. Uma delas foi a publicação do livro “A viagem do barco azul”, que convida o leitor a navegar por um processo de despedida que transcende a dor e a saudade, transformando-a em arte.

A obra retrata a vida da sua avó, dona Noêmia, e buscou mostrar a história de uma mulher simples que tinha medo de morrer, mas que partiu de forma serena, com ilustrações e narrativa lúdica. O livro foi lançado em 2021, contou com tiragem impressa e também foi disponibilizado no formato digital, podendo ser acessado no link bit.ly/barcoazul.

"São essas histórias que são passadas para frente, como uma forma de celebrar quem a gente foi e quem foram as pessoas que a gente ama em vida. A gente vive através dessas histórias", acrescenta Aureliano.

Sobre a nova proposta, o ilustrador utilizou muito a experiência anterior para contar as novas histórias com carinho e sensibilidade. "Meu trabalho sempre reflete muito sobre a questão do luto, tanto com o romance 'Madame Xanadu', quanto com 'A viagem do barco azul', tentando encontrar esse lugar da ausência na nossa vida", pontua Aureliano.

Sobre o autor

Aureliano é mossoroense e atua como jornalista, ilustrador e escritor. Escreveu e ilustrou o romance “Madame Xanadu” e os zines de quadrinhos “Elevador”, “Sobrepeso” e “Conexão”, além de desenvolver capas e ilustrações para diferentes publicações. Em seus quadrinhos autobiográficos, o artista retrata a si mesmo sempre desnudo. Em 2017, produziu uma série de quadrinhos em torno do Setembro Amarelo de maneira independente e ainda disponibilizou o material de conscientização gratuitamente.

Como forma de abrir espaço de diálogo sobre a temática do suicídio e da valorização da vida por meio de imagens, em setembro de 2021, também desenvolveu uma série de ilustrações, que foram publicadas no perfil @moradadapaz, no Instagram, todas as segundas e sextas-feiras do referido mês.