Uma História das Rocas mistura pesquisa e memórias sobre o bairro e seus personagens

Reportagens

Jornalista lança 'Uma história das Rocas', com memórias e estórias do bairro onde cresceu

“A gente sai da Rocas, mas as Rocas não saem da gente”, diz Ciro Pedroza, que autografa obra dia 31 e 2 de abril

28 de março de 2022

O jornalista Ciro Pedroza nasceu na Cidade Alta, mas chegou às Rocas engatinhando e saiu de lá quase adulto. Significa dizer que de acordo com a antiga rixa entre os moradores dos dois bairros, Ciro não é um xaria, mas sim um autêntico canguleiro. Pela convivência com o bairro e por descendência dos pais, que trocaram a rua Fontes Galvão, próximo ao Colégio Marista, pela rua São Jorge, no alto da igreja da Sagrada Família, com ele nos braços. 

Ele conta que o bairro onde viveu e cresceu nunca saiu dele. “De mim e de todos os que moraram lá, que mudaram de lá, mas não esqueceram as lições que as Rocas nos ensinou”, filosofa o jornalista, radialista e pesquisador Ciro Pedroza.

Ciro lança nos próximos dias seu mais novo livro, Uma História das Rocas, o 580ª título da coleção José Nicodemos de Lima, da editora Sebo Vermelho.“São histórias e estórias sobre o tradicional bairro que já deu ao Brasil um presidente da República, João Café Filho, muitos artistas de renome e jogadores de futebol suficientes para formar todos os times do campeonato brasileiro, amparo espiritual e afetivo, diversão e arte para todos os gostos”, revela o pesquisador.

A pré-venda do livro já foi iniciada no Sebo Vermelho (av. Rio Branco, 705 – Cidade Alta) e pela internet, no endereço https://www.sebovermelhoedicoes.com.br/, ao preço de R$ 50,00 com frete grátis para todo o Rio Grande do Norte nesta fase de pré-lançamento.

Ciro Pedroza ainda programa duas sessões de autógrafos: uma no Themis Bar, na sede social do América (av. Rodrigues Alves, 950 – Tirol), na quinta 31 de março (18h) e outra no sábado 2 de abril (10h), no Mercado das Rocas (av. Duque de Caxias – praça do Pátio da Feira).

Uma história das Rocas é fruto da memória prodigiosa do jornalista, que é capaz de lembrar de um sem número de fatos e personagens do bairro e resgata muitas dessas histórias ao longo das 190 páginas do livro, Ciro também reúne vasto material de pesquisa histórica sobre a história das Rocas.

“Eu deixei as Rocas no final dos anos 1970 e volto raramente por lá, mas ela nunca saiu de mim. Esse livro é a reunião de tudo o que guardei em meu acervo sentimental de fatos e feitos que vi, ouvi, vivi, conheci e lembrei. Saldo com ele uma dívida com a minha própria história”, confidencia.

 

    Há nessa história das Rocas contada por Ciro um esforço que vai além do resgate da memória do bairro ou de uma cronologia sobre a formação, a consolidação e o desenvolvimento desse pedaço de Natal que representa pouco mais de 0,5% da área da cidade e reúne pouco mais de 10 mil moradores.

“Tento explicar, para quem não é de lá e cresceu ouvindo histórias pejorativas sobre as Rocas e seus personagens, que sempre foram invisíveis aos olhos da cidade, que há uma tradição, uma espécie de vírus do bem que leva a gente pra frente e a gente leva para sempre”, revela o escritor.

No prefácio do livro, o livre docente em Geografia Humana da Universidade de São Paulo, Manoel Fernandes Neto, resume e justifica a importância da pesquisa realizada por Ciro Pedroza numa frase: “quem não sabe das Rocas, jamais entenderá Natal”.

PESQUISA

E é esse esforço que Ciro empreende, revirando o passado para encontrar os primeiros registros sobre o surgimento do bairro das Rocas e sobre a vida de seus primeiros habitantes, passando pelo processo de ocupação das dunas e mangues do extremo leste da capital do Rio Grande do Norte.

A história das Rocas contada por Ciro, percorre “dezessete estações de prosa muito boa, recheada de fatos e prenhe de lirismo”, observa Manoel Fernandes Neto e revela muito sobre esse bairro marcado pela pujante vida cultural, pela sociabilidade e pela solidariedade de seus habitantes.

“As Rocas é muito mais que um bairro, é um estado de espírito, porque transcende aos limites geográficos de espacialidade para se revelar bem maior, graças ao jeito de ser e de viver de seus moradores”, escreve Ciro em sua definição do bairro onde cresceu.


"CABRA DAS ROCAS"
 A inspiração para essa empreitada de contar a história e as histórias reais das Rocas nasceu do reencontro, durante uma leitura de verão, com os personagens e as histórias vividas pelo menino Joãozinho, personagem de Homero Homem no seu livro Cabra das Rocas.

Na ficção, João Brás Bicudo foi o primeiro estudante do bairro a estudar no Atheneu Norteriograndense, território sagrado do conhecimento, reservado apenas aos filhos da elite natalense, e cruzar a linha que separava a cidade baixa da cidade alta.

“Estava relendo Cabra das Rocas, de Homero Homem, há uns cinco anos, quando começaram a surgir memórias do tempo em que eu vivi nas Rocas e comecei a anotar tudo, como se estivesse recebendo uma psicografia”, explica Ciro.

Depois, ele foi complementando suas lembranças com a pesquisa em livros, jornais e depoimentos de antigos moradores do bairro e assim foi se estruturando Uma História da Rocas, espécie de passeio pela geografia, pela história, pelos costumes e pela vida do bairro. 

CANGULEIROS
Durante a pesquisa, o jornalista descobriu que o bairro das Rocas já abrigou até uma fábrica de refrigerantes, entre outros empreendimentos, e resgatou personagens que fizeram história na vida da cidade e que muita gente não sabe que eles viveram do bairro.

São nomes reconhecidos em todos os campos, como Zé Areia, Severina Embaixatriz do Brasil, Glorinha Oliveira, Luiza de Paula, Paulo Tito, Eduardo Medeiros (autor de Praieira), o mastro K-ximbinho, o jogador Lula Soberano e o jovem Rodriguinho, entre outros destacados cabras das Rocas.

Ciro também dedica um capítulo de sua história à tradição do samba e do carnaval, que nasceu no bairro e se espraiou pela cidade e resgata personagens importantes dessa manifestação cultural, como Chico de Carlos, Antonio Melé, Lucarino Roberto, Mestre Zorro, Debinha Ramos e Carlos Zens, entre outros.

No livro, o pesquisador também resgata a memória dos restaurantes que marcaram época no bairro e atraiam comensais de toda cidade pela simplicidade de sua “baixa gastronomia, como a Carne Assada do Lira e o restaurante do Marinho, a Peixada da Comadre e a Galinha de Mãe, entre outros”. 

O pesquisador também identifica as origens dos cultos religiosos no bairro, relembra a efervescência das campanhas eleitorais, recuperando a memória e a tradição política das Rocas e revelando fatos pitorescos sobre as movimentações políticas pelas ruas do bairro.

A paixão do povo das Rocas por seus times do coração (Racing e Palmeiras) ou pelas principais escolas de samba da cidade (Malandros do Samba e Balanço do Morro) é, também, outra marca do bairro retratada por Ciro em seu livro, assim como o reconhecimento da importância da educação, expressa no pioneirismo da escola De Pé no Chão também se aprende a ler.

Para completar o passeio pela vida das Rocas, a história narrada por Ciro Pedroza reúne uma pequena coletânea de lendas urbanas com personagens do bairro, como as presepadas de Zé Areia, da santa que chorava ou do barbeiro que saia para o almoço e deixava o cliente esperando na cadeira, entre outras.

Uma história das Rocas tem capa de Alexandre Oliveira, ilustrações do artista plástico Silvano Quazza, fotos de Giovanni Sérgio Rêgo e impressão da Offset Gráfica.

 

Serviço

Pré-venda:  Pedidos no Sebo Vermelho (av. Rio Branco, 705 – Cidade Alta) ou pela internet https://www.sebovermelhoedicoes.com.br/  Preço R$ 50,00 (entrega grátis para todo Rio Grande do Norte durante o pré-lançamento).
     
Lançamento
Quinta – 31/03/2022 – 18:00h - Themis Bar – Sede social do América FC – Av. Rodrigues Alves, 950 - Tirol
Sábado – 02/04/2022 – 10:00h - Mercado das Rocas – Av. Duque de Caxias – Praça do Pátio da Feira – Rocas