Juliana Linhares estreia trabalho solo "Perdendo O Juízo"

O período de isolamento social está sendo transformador para a carreira da cantora e atriz Juliana Linhares. Vocalista da banda Pietá, que ao lado de Frederico Demarca e Rafael Lorga lançou três discos, a artista nascida em Natal e radicada no RJ conta como transformou a solidão em letra, música e um passo pro futuro. “Era uma solidão enorme e precisei demais de mim, de mim com saúde, com desejo, comecei a arranhar um violão, a guardar gravações e apostar nos improvisos, e de repente sentiu um baque no coração: “preciso fazer um disco meu. Agora”.  Assim nasceu o trabalho solo e autoral que começa a ser gestado com o EP "Perdendo o Juízo", com lançamento marcado para dia 11 de dezembro, pelo selo potiguar Pólen Aceleradora, da Guria Produtora. O álbum, entretanto, será para 2021.

Com produção musical da cantora baiana Josyara, o EP “Perdendo o Juízo” conta com cinco canções que apontam, com humor, o desejo de ver a vida mais leve. A sonoridade  segue a essência de Juliana a partir da poesia, MPB e abordagem pop.

 “Perdendo o Juízo”, “Ouça Você” e “Maldita”, trazem a parceria inédita de Juliana com Júlia Branco, cantora que teve seu 1º álbum apontado por Folha de S. Paulo e Estadão como um dos melhores do ano. Outra com Josyara, e uma solo. O primeiro single está nas plataformas digitais desde o dia 04.

Ouça aqui:

A Pólen Aceleradora - selo musical da Guria Produtora que objetiva levar a música realizada e produzida por mulheres a novos horizontes – chegou como uma nova oportunidade e um desafio para Juliana: “Um dia, Camila Pedrassoli me ligou falando sobre a iniciativa da Aceleradora e me fez o convite para participar do lançamento. Achei incrível, sou fã de todos que tão juntos, estar perto de uma produção de Natal, empregando mulheres, ainda mais em 2020? Eu sou dada a aventuras e resolvi aceitar, mesmo achando uma loucura fazer um EP do zero e rápido demais e lançar antes do disco que estou criando. Era dar um arrodeio no caminho do que estava fazendo e brincar com outra proposta, lidar com inseguranças, com aprendizados diários e com o exercício da liberdade de deixar as coisas irem simplesmente. É meu primeiro lançamento encarando meu nome, eu que gosto de andar com galeras, grupos, bandas. Ai que nervoso!”

Juliana conta que depois de anos trabalhando na música como intérprete, sentiu uma necessidade grande de fazer canções, de se experimentar no lugar de compositora. “O fato de conviver com compositores muito aplaudidos adiava minha coragem, mas na quarentena entendi a importância de tentar”.  

Para este novo processo Juliana buscou parcerias com artistas que admira: “Na gestação acelerada, dei um passo e montei a equipe! Josyara é minha amiga e vínhamos há tempos trocando sobre produção musical. Josy mergulhou nas produções durante a quarentena e na hora que Camila falou sobre o projeto impulsionar mulheres, pensei nela na hora. Baiana quente, também é aberta ao mar das novidades e se entregou como ninguém em sua primeira produção musical. Experimentamos sonoridades, misturamos beats e violões, ajustamos referências e eu sou só honra e gratidão. Percebi que queria um EP alegre, que trouxesse um brilho de final de ano depois de tudo que passamos, queria vibrar este ciclo tão pesado trazendo calor e carinho para as pessoas, brindando a loucura que é estarmos vivas”.

Sobre a frutífera parceria com Júlia, ela conta que encontrou ali “uma irmandade, um amor torcida, uma alegria deliciosa. Eu e Ju começamos a trocar saberes em aulas online até que um dia eu comentei sobre ter que arrancar os quatro sisos de uma vez. Ela me perguntou “por que?”, e eu respondi que precisava abrir uns espaços. Rimos da coincidência de dentes com a vida e desse papo surgiu Perdendo o Juízo”.

A gravação do EP foi feita em home studio: “Assim que o projeto todo se confirmou, fui pra casa de Josy e começamos o processo, entre comidas, risadas e conversas maravilhosas. À distância juntamos parceiros diversos, como Bruno Marques, Rodrigo Garcia, Cris Botarelli, Lívia Mattos, especialíssima, que toca sanfona em uma das faixas. Júlia e Josy toparam cantar e isso foi um presente além de tudo.”.

VÍDEO

Além do single e do EP, o novo trabalho também será lançado em vídeo dentro do projeto Ação Camomila: “Para a equipe de vídeo convidei duas amigas que tem os corações escancarados de paixão por realizar e com quem eu queria muito trabalhar: Larinha Dantas e Mylena Sousa. Elas se desdobraram em todas as partes possíveis e juntas levantamos o material audiovisual que será exibido no Festival. Estamos em fase de finalização e cada encontro de Zoom é aquele misto de loucura, ansiedade e saudade e orgulho e amor. Eduardo Pinheiro chegou junto demais na mix e na master, criando formas novas à distância com tanto carinho e cuidado.”

“BANDO” DE MULHERES

Juliana finaliza falando da expectativa para o lançamento: “Agora estamos unindo assessorias junto a toda a mulherada da Guria Produtora pra parir essa parada pro mundo. Agradeço demais à Juliana Furtado e à Camila, à Tailla Jorge, que fez make nas fotos, à Lucas Canavarro que fez o projeto gráfico das capas, à Rapport pela parceria. Esse negócio de “solo” não existe, existe é a Pólen e esse bando de mulher querendo ocupar seus espaços na música. Que poderoso ser parte. Nem sei. Vem aí e eu não durmo mais.”

UM ÁLBUM PARA 2021

Juliana Linhares é diretora, atriz e cantora. Vocalista da banda Pietá e do projeto Iara Ira, com os quais lançou 3 discos. Já esteve ao lado de nomes como Chico César, Larissa Luz, Khrystal, tendo passado por diversos palcos do Brasil. Trabalhou ao lado de João Falcão e Duda Maia. Após o lançamento do EP, entra em fase de lançamento do primeiro disco de carreira solo será lançado em 2021 e conta com parcerias com Chico César e Zeca Baleiro.

Com trechos da entrevista concedida a Luciana Oliveira

Pólen Aceleradora: 

JULIANA LINHARES – “Perdendo o Juízo”

Lançamento dia 11 em todas as plataformas