Kioske do Moésio serve comida praieira n Vila de Ponta Negra, na área mais tradicional da comunidade

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Kiosque do Moésio: Peixe, caldos e tradição de pai para filho na Vila de Ponta Negra 

Atualmente  com música ao vivo, o Kioske do Moésio preenche bem a lacuna deixada pela Tapiocaria da Vó, que fica a poucos metros

04 de junho de 2024

Cefas Carvalho 
Encravado exatamente na curva do terminal de ônibus e em frente à igreja católica da Vila de Ponta Negra, o Kioske do Moésio é um bar popular cuja história se confunde com a da própria vila. Administrado por Moésio Costa do Nascimento, 60 anos, é um espaço pequeno e convidativo, com poucas mesas, mesa de sinuca à disposição dos clientes e que é bastante frequentado tanto por moradores da área como pessoas de outros bairros que vão atrás dos trunfos do local: sua atmosfera de "boteco raiz" e seus pratos à base de peixes e caldos de frutos do mar.
 
Viúvo, pai de dois filhos, Moésio é uma figuraça e, conversador e simpático, fala com nostalgia sobre a história do bar e de sua própria vida. "Nasci e fui criado na vila. Meu pai tinha um mercado nos anos 1970 que vendia banana, cocada, bolinhos e também bebidas e aos poucos o pessoal começou a frequentar. Aí assumi em 1985 o negócio do meu pai e transferimos o estabelecimento do outro lado da rua para aqui onde estamos hoje, que era um moinho antigamente, e era colado à caixa d´água", lembra. Detalhe importante: tanto o pai, Miguel Costa do Nascimento como a mãe Zulima de Oliveira do Nascimento, com 92 e 86 anos, continuam lúcidos e acompanhando os filhos e netos e a Vila de Ponta Negra.
 
"Aí começamos a vender petiscos e o negócio foi pegando, juntando uma clientela fiel, tanto de gente da vila como de outros bairros de Natal", explica Moésio. Com o cardápio de caldos, o local pegou de vez. O bar sofreu alterações de acordo com as mudanças urbanísticas oficiais, como o desmanche da caixa d  ́água para ampliação da pista, na qual o bar foi praticamente derrubado para que outro surgisse, quase igual, em seu lugar. Houve ainda uma remodelação em 2018 para chegar no perfil atual, que ainda é rústico e aprazível, quase uma emulação de um boteco anos 1980, "raiz" como se diz atualmente. A mesa de sinuca, muito disputada e sempre tranquila, e a decoração geral, principalmente no balcão, remetem ainda mais a bares antigos.
 
Mas é o cardápio que chama a atenção da freguesia. Enxuto e objetivo, tem basicamente caldos diversos (peixe, ostra, camarão, mocotó e fava/dobradinha), carnes (filé, linguiça) e principalmente peixe, o carro chefe do lugar. O peixe (geralmente Dourado) empanado, em pedaços grandes, com batatas fritas é de comer rezando. Sai por 50 reais a porção básica que dá para duas pessoas muito bem. Os caldos custam entre 15 e 20 reais e são bem servidos. Tudo é extremamente bem temperado e feito de maneira artesanal em família.
 
Atualmente  com música ao vivo, o Kioske do Moésio preenche bem a lacuna deixada pela Tapiocaria da Vó, que fica a poucos metros, fechada após a trágica morte de Joka Lima há poucos meses. Nas quintas o bar oferece MPB, com destaque para Ângelo Angolano (que era assíduo na Tapiocaria) e aos sábados o espaço abre para música mais popular, com show de artistas como Bahia Seresteiro, J. Santos, Lymarcio e outros. Diversão garantida.
 
 
FIQUE LIGADO:
 
Funciona de segunda a sábado, das 16h às 0h
Rua Manoel Coringa de Lemos, 376. Vila de Ponta Negra.
Instagram: @kiosquedomoesio