Belchior faria 75 anos nessa quarta-feira. Foto: Dulce Helfer

Colunas

livres lençóis desses átomos e selvas 

Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes fixou por onde palmilhou esse chão, e outros, uma marca sem concorrência

27 de outubro de 2021

Carlos Gurgel | Poeta

Ultrapassando décadas e dons, Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, fixou por onde palmilhou esse chão, e outros, uma marca sem concorrência, ao redor por onde canta e encanta o enorme elenco de compositores brasileiros. foi, é, e será um mar de triunfos e fracassos, por isso e muito mais, sua imbatível forma, expressão, vida de ser filósofo, pensador egresso, imigrante, marco por onde tudo passa e frui. menino, homem, herói. como nenhum outro. um vivente repleto de anunciações e devir.

Como um farol, bússola, enormemente proa, canoa, embarcação com um outro leme interpretativo, caminhos de uma aura de tão absurdamente vivida e imortalizada. sentir o matulão das suas canções é como mergulhar. no poço profundo do sofrimento e exemplar amor pelo semelhante, mundo, animais, ares, marés. arquipélagos de tantos cicloramas, como ultrapassagens por sobre a árida seiva e seca e selva do seu sertão indômito.

Farfalhar e folhear seu legado, mercado livre, inesquecívelmente se torna uma epopeia apropriada do maís incontido tesouro raro civilizatório. por isso que nesse seu aniversário, urgente se faz, cada vez mais celebra-lo como totem, vitamina, almíscar mais singular de tudo que representa literalmente ilusão e sonho. abraço-te gigante de incontroláveis Descobertas Humanas e surreais versos duráveis. como Apogeu dessa nossa vida, ciclo por onde as coisas esfumaçam, ressoam, e migram para um outro universo sem dias e noites.