Liz Rosa lança novo single no Brasil, enquanto prepara sua volta à Nova York

Por Rodrigo Faour 

Parece mentira, mas ainda existem jovens artistas na música brasileira que se dedicam exclusivamente a serem intérpretes, sem a preocupação de acumularem o ofício de compositores, e dão de ombros aos modismos massificados, produzindo um som de grande categoria e, o melhor, sem cheiro de naftalina! Liz Rosa é a maior prova disso. A cantora potiguar de 34 anos volta à cena depois de nove anos de ausência, com um novo single, acompanhado de um videoclipe, que promete ser o primeiro de uma série de novas e oportunas gravações. A julgar pela faixa que chega no próximo dia 30 de abril a todas as plataformas digitais, seu novo trabalho promete.

Composta especialmente para ela, “Bem de leve” tem letra de sua conterrânea, a cantora e compositora Khrystal, e a música, do pianista norte-americano e compositor Misha Piatigorsky. Liz foge do óbvio não apenas por lançar uma canção de dois jovens autores, como por levar adiante o bastão do gênero samba-jazz, tão bem cantado na história da MPB por nomes como Leny Andrade, Elis Regina, Claudya, Pery Ribeiro, João Bosco, Joyce Moreno ou Djavan. Por sua vez, a letra sopra a brisa dos coqueiros de sua cidade para todos que a escutam, em meio a um momento tão difícil da humanidade e do próprio Brasil: “Bem de leve, sim/ Que essa vida anda barulhenta/ Que essa vida anda violenta e eu peço paz”, encerrando num sopro de esperança tropical: “Ver poeira levantar, de amor no ar/ Sacudir amor no ar e depois é ver no que dá”.

A produção do single “Bem de leve” foi assinada pela própria cantora com seu tecladista e realizada em Natal (RN), onde a cantora voltou a residir temporariamente por ocasião da pandemia do Covid-19, e realizada graças ao apoio da Lei Aldir Blanc de seu estado.

Contou  com o arranjo do próprio Misha Piatigorsky, que tocou piano Fender Rhodes e Moog na faixa, o violão de Jow Ferreira, o baixo elétrico de Daniel Ribeiro, bateria de Darlan Marley, sendo gravada, mixada e masterizada pelo craque dos estúdios potiguares, Eduardo Pinheiro, com distribuição da Tratore.

Liz Rosa é, em verdade, uma jovem veterana, pois está na ativa desde os 16 anos. Aos 21, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde cantou em alguns dos melhores palcos da cidade, como Vivo Rio, Teatro Rival, Imperator e Blue Note Rio. Em 2012, gravou seu álbum de estreia, homônimo, distribuído pela Som Livre, arrancando ótimas críticas de nomes como Tárik de Souza (Billboard) e Luiz Fernando Vianna (O Globo). No ano seguinte, pisou pela primeira vez nos palcos internacionais, quando participou do II Cotai Jazz & Blues Festival, em Macau (China).

Desde então tem se apresentado em diversos festivais e jazz clubes pelo mundo como Festival  Internacional de Jazz de Punta del Este (Uruguai), Rigas Ritmi Jazz Festival (Riga, Letônia), Festival of Traditional Jazz Złota Tarka (Iława, Polônia), The Lyric Theatre (Toronto, Canadá) e Jazzahead (Alemanha). Com os olhos voltados para o mercado internacional e buscando ampliar ainda mais o alcance de sua música, Liz Rosa mudou-se em 2016 para Nova Iorque (EUA), onde vive desde então. Em pouco tempo a cantora teve seu talento reconhecido na cena do Jazz local, apresentando-se frequentemente em importantes clubes de Jazz da cidade como Mezzrow, 55 Bar, Zinc e Birdland. Após esta temporada no país, Liz deve retornar à cidade até o final do ano e retomar seu lugar na cena novaiorquina de jazz que já lhe é de direito. Enquanto isso, nos resta saborear seu novo single e nos acalentar com o fato de que ainda existe uma artista que nos brinda com este tipo de som, que continua a ser tão cultuado para quem preza a música para além do mero entretenimento.

ouça aqui

https://www.youtube.com/watch?v=FXo5SOrjTJI