Lizia no clipe "Sunflowers": Tik Tok ajudou a puxar os fãs para as redes

Colunas

Lizia e seu Pop internacional de 10.000 visualizações

Feito todo em casa, o vídeo de “Sunflowers” ganhou o mundo virtual. Conheça a artista por trás do trabalho

03 de setembro de 2020

por Alexandre Alves e Cinthia Lopes

Em meio ao excesso de lives na internet, um clipe e uma canção completamente feitos em casa fazem da ainda adolescente Lizia um fenômeno recente na música potiguar. Entre aulas remotas, ensaios solitários e assessoria musical familiar, Lizia conseguiu arranjar tempo e fazer ecoar suas canções pelo YouTube. O clipe de “Sunflowers” – canção autoral dela, cantada em inglês e em vídeo dirigido por ela mesma! – já passou da marca das 10.000 visualizações e outros vídeos dela já ultrapassam a casa das milhares de visualizações, com destaque para “Masoquista”, rara incursão dela pela língua pátria.

 

Ou seja, um sucesso virtual que nem pode ser mais chamado de “underground”, isso tudo sem ajuda de qualquer gravadora ou selo. Aliás, Lizia entrou com a faixa acústica “Mother Earth” na coletânea virtual “Canções de isolamento”, lançada pelo selo indie potiguar Nightbird Records, sendo este seu único lançamento “oficial”, além das plataformas virtuais.

Nascida em Natal e vivendo parte da infância em Uruguaiana (RS), a jovem retornou à sua terra de origem já há alguns anos e nos últimos meses vem disponibilizando suas canções na Internet (Spotify e YouTube são os principais meios de achar sua produção). Suas intenções são bem diretas: pop (ainda adolescente) acessível, mas com conteúdo, dado o teor dos temas presentes nas letras, fato presente nos singles lançados e em seu único disco virtual, o EP “Cen$ored”.

 

Antenada com as redes sociais, Lizia ainda precisa passar pela prova de fogo de qualquer artista: as apresentações ao vivo. Mas na atual condição do planeta, só veremos em carne e osso a menina prodígio do pop potiguar no ano de 2021. Em breve conversa por e-mail e telefone, Lizia fala um pouco dela e de sua música.

1. Você começou a tocar ou aprender instrumentos com qual idade?

Eu comecei a tocar piano e violão quando tinha por volta dos oito anos e passei a compor com 12, 13 anos. Meu pai é músico e fazia parte da banda musical do Exército. Foi lá que eu comecei a aprender os instrumentos e depois fiz curso na UFRN. Nas minhas canções, toco teclados também e faço as programações eletrônicas.

2. Pelos créditos nos vídeos, você é mais independente do que a maioria dos artistas que posam de “independente”. Você compõe, grava e também edita seus próprios vídeos. Qual o motivo disso tudo?

Eu gosto de “ter controle” sobre a minha própria criatividade, mas, na verdade, eu também não tenho outras pessoas para fazerem essas coisas pra mim. Então, eu acabo tendo que me virar sozinha mesmo (risos). Mas não é fácil, ainda mais agora em meio a esta pandemia.

3. Suas gravações, tanto dos vídeos quanto das canções, possuem um clima simples e “home-made”. É tudo feito em casa mesmo ou tem gravação em estúdio profissional? Há algumas influências que você pode citar sobre sua música?

Depende da canção, mas em algumas delas eu faço praticamente tudo em casa, como foi o caso de “Sunflowers”. Porém, em outras eu já gravo em estúdio profissional. Gravei algumas canções minhas no Estúdio Zamhouse, por exemplo, aqui em Natal. Eu amo muito música pop em geral, indie, black metal, música medieval e clássica – por causa do ballet –, e acredito que meu som tem bastante influência dos artistas que escuto, como Florence, Lana Del Rey, Aurora, Madonna, Myrkur, Igorrr e Behemoth. 

4. No YouTube, seu vídeo de “Sunflowers” possui mais de 10.000 visualizações desde que foi ao ar em maio de 2020, numa média de 2.500 visualizações por mês, marca difícil de ser obtida em tão pouco tempo para quem vive dentro do RN (grupos de maior audiência, como Plutão Já Foi Planeta e Far From Alaska, moram fora do estado). Ao que você atribui isto?

Pensando bem, eu atribuo isso principalmente à rede do Tiktok, porque lá eu também atuo como criadora de conteúdo e tenho mais de 250 mil seguidores. Daí, alguns deles acabam vendo a informação sobre meus vídeos e seguem para ver no YouTube.

5. Oficialmente, você tem um EP virtual lançado (“Cen$ored”) e alguns singles espalhados pela internet em vídeos. Quais são seus planos após a pandemia: vai ter apresentação ao vivo com banda, haverá novas gravações, há outros planos?

Ah, eu quero realmente muito fazer shows, mas preciso de mais contatos e pessoas pra me ajudarem com essa parte. Já na parte de novas músicas, já tô organizando algumas partituras e arranjos com o meu pai para ir gravar em estúdio em seguida. Tomara que isso tudo (a pandemia) passe logo para colocar essas ideias em ação.

Confira clipe