Ronaldo foi crooner da orquestra Preto e Branco nos mais famosos bailes de clubes dos anos 70
Agenda Cultural
Vencedor de vários concursos vocais nos anos 60/70, Ronaldo deixa um único registro fonográfico de sua brilhante voz, o Cd Voz e Violão, de 1991
30 de agosto de 2020
Por Cinthia Lopes
Ronaldo Sormani foi um dos grandes intérpretes vocais de sua geração, os chamados crooners que encantavam plateias com vozeirões arrancados do peito com cristalina afinação. Impecavelmente vestido em ternos elegantes e cabelos engomados na brilhantina, cantava em clubes de Natal os sucessos românticos da jovem guarda. Aos 74 anos, o cantor e funcionário público aposentado faleceu nesse sábado (29) por causa da insuficiência cardíaca. O velório e sepultamento ocorreu na manhã deste domingo no Morada da Paz de Emaús. Casado com a dentista aposentada Suzete Medeiros, deixa quatro filhos, Igor, Vinícius, Lanna e Lyssa Dantas, esta herdou o talento vocal do pai, embora exerça a profissão de psicóloga.
Antes de Sormani, existia o Ronaldo Fernandes de Góis, nascido em Natal em 2 de maio de 1946. Começou a cantar muito cedo, aos oito anos de idade já tinha participado do concurso de calouros do programa “Domingo Alegre” promovido pela rádio Poty e apresentado pelo radialista Genar Wanderley.
Na década de 60, com apenas 14 anos atuava como cantor profissional e costumava se apresentar com os trios Iataí e Sambalanço, grupos que animavam as sessões do Cinema São Luiz, no Alecrim. Era comum orquestras se apresentarem ao vivo antes das sessões.
Ronaldo Sormani começou a carreira bem jovem
Foi crooner da orquestra Preto e Branco do maestro Cícero Bezerra nos mais famosos bailes dos clubes ABC, Assem, Aeroclube, Albatroz e outros.
Como intérprete profissional, era figura constante nos concursos vocais promovidos pelos programas de tv. Em 1971 ganhou o concurso Galã-rei pelo programa Carlos Alberto ao Vivo, realizado pela Rádio Cabugi. Também foi o primeiro colocado no concurso que inaugurou a Rede Globo Nordeste, com apresentação de Chacrinha. Na sequência participou dos programas Dimensão Jovem, Expresso da Alegria, Por que Hoje é Sábado e Jorge Chau Show, na capital pernambucana.
No Rio de Janeiro, se apresentou nos programas de Chacrinha e Silvio Santos e tempo depois excursionou pela Alemanha e Japão.
Sua voz em Natal podia ser apreciada em casas noturnas de grande frequência da sociedade natalense, como a Churrascaria A Carreta, Vila Velha Centro de turismo, Taverna Pub, Clube Bandern, Rogéria Maison Buffet, restaurante Lago Azul da Cidade da Criança e na Festa do Boi.
Seu único registro fonográfico foi um Cd em voz e violão, de 1991.
Há alguns anos temendo não deixar registro sobre sua trajetória, Ronaldo entregou à pesquisadora Leide Câmara seus arquivos de recortes de jornais, músicas e fotos. Leide é membro da Academia Norte-rio-Grandense de Letras, pesquisadora sobre música brasileira e também autora do Dicionário da Música Potiguar, uma obra de referência sobre a música produzida no Rio Grande do Norte, que aliás está em fase de digitalização e uma nova edição atualizada.
O novo conteúdo sobre Sormani e muitos outros artistas entrará na nova edição do Dicionário, comentou Laide, que cedeu o verbete para esta matéria.
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