A segunda maior cidade potiguar mantém uma tradição no cenário roqueiro local
Colunas
Em pleno clima semiárido de Mossoró, o rock pesado contemporâneo dá as caras muito além da capital no meio da avalanche de lançamentos virtuais
11 de novembro de 2021
Por Alexandre Alves
Se o rock parece andar em baixa para os desavisados, convém aqui atualizar o leitor sobre as novas produções do gênero no Rio Grande do Norte. A segunda maior cidade potiguar mantém uma tradição no cenário roqueiro local desde os anos de 1990, quando apareceram bandas como o Parole (esta chegou a tocar no festival MADA).
Nos anos 2000, nomes como Red Boots, Cätärro e Mahatma Gangue fizeram a festa dos apreciadores do estilo, assim como continuam ainda fazendo bandas como Mad Grinder (grunge misturado com rock alternativo), Vellociraptors (rock garageiro) ou Hell Lotus (rock alternativo contemporâneo). Se depender da terra que colocou Lampião para correr, o rock não morre no RN. Seguem recentes dicas dos barulhentos mossoroenses, atualmente mais pesados do que nunca. Deve ser a pandemia. Sem lugar para tocar ainda devido às restrições e público receoso, os decibéis estão bem altos para escutar de longe.
BLACK WITCH, “Spiral I” / “Spiral II” (EP Duplo virtual)
Lançando dois EPs ao mesmo tempo, o primeiro com 03 canções e o segundo com 04 composições, o já experiente quarteto que já havia lançado um EP e um CD conta com as guitarras estrondosas de Rafaum Costa (ex-Distro, Mad Grinder), retornando com sua mescla de stoner rock, doom e hard rock. Com o excelente vocal feminino de Lorena Rocha (diferencial nesse tipo de som), o grupo das terras desérticas manda ver nos riffs herdados do Black Sabbath. Escute “Inside out”, composta com afinações diferentes da normalidade e presente no EP “Spiral I”, e veja a quanto anda o rock desértico. No outro EP (“Spiral II”), a bruxaria fica mais pesada se comparado com os sons mais viajantes do primeiro EP, tendo como exemplos as guitarras mastodônticas de “Calling me” e “Beside it all”.
https://blackwitchbr.bandcamp.com/
HEAVENLESS, “To rip asunder” (single / vídeo)
Novo single do álbum “Curse” a sair ainda em 2022 pela Rising Records (selo de metal mossoroense), em menos de 02 minutos o trio destruidor de alto-falantes manda ver na tradição do death metal cruzado com thrash metal à la Slayer ou Sepultura, pesadaço e com mixagem do procurado Cássio Zambotto. As tradicionais mudanças de andamento, guitarras triturando o chão onde se pisa e os vocais para lá de gritados do também baixista Kalyl Lamarck (ex-Monster Coyote) preenchem todos os segundos da curtíssima faixa, trilha sonora de clima apocalíptico, porém sem muita novidade no estilo, mesmo que conciso e competente. Vamos aguardar se o álbum novo segura esse patamar do começo ao fim.
https://www.youtube.com/watch?v=Dzqklj0nwDY
PLUMBUM, “IX” (Single)
Novo grupo surgindo das profundezas urbanas do semiárido mossoroense, o trio Plumbum flerta com sonoridades entre o metal mais pesado/arrastado e os riffs constantes, incluindo vocais guturais de Pietro Freitas. A diferença fica com as guitarras menos distorcidas que atuam nas passagens instrumentais, deixando o som do enfezado trio com um semblante bem original, um estranho misto entre metal e rock alternativo (mas só nas partes instrumentais). Lançaram mais 03 singles isolados no YouTube além da pesadona “IX”: “Deep dark”, “Tartar Valley” e “Abyss”. Para quem gosta de som pesado, direto e nas alturas.
https://www.youtube.com/watch?v=xInmFPwF9I0
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