Encontro de gerações no palco do MADA: Gerson King Combo e o GilberT Foto: Rogério Vital
Agenda Cultural
King Combo lançou cinco discos e tem alguns clássicos do balanço do repertório, como “Mandamentos black”. Em 2014, ele esteve no MADA
23 de setembro de 2020
Veterano do soul/funk brasileiro, o lendário músico Gerson King Combo, de 76 anos, morreu na noite de terça-feira, 22. Ele estava no posto de assistência médica de Irajá, no Rio, segundo informações colhidas na imprensa. King Combo sofreu uma infecção generalizada por complicações da diabetes.
O cantor esteve em Natal pela primeira vez em 2014, como atração do MADA num encontro de gerações com o artista de soul carioca, Gilber T. Com elegante traje vermelho, Gerson King Combo cantou ao lado do carioca a música “Dia Incrível”, uma parceria dos dois — o vídeo clipe homônimovlançado à época contou com participação também do rapper De Leve (RJ).
Conhecido como "Rei dos Bailes" e "James Brown brasileiro", King Combo lançou cinco discos entre 1969 e 2001, e tem alguns clássicos do balanço do repertório, como “Mandamentos black”, “Uma chance” e “Funk brother soul”.
Nas redes sociais, artistas lembraram a importância de “King” para o movimento Black Rio: O rapper Thaide escreveu “Gerson King Combo, muito obrigado por tudo o que você fez Pela nossa música e cultura negra. Uma das maiores honras da minha vida, foi ter a sua amizade, você foi um Pai na música pra mim.Continuo seguindo os mandamentos BLACK.”
King Combo em Natal: "Dia incrível", com GilberT
Uma curiosidade: No início da década de 70, King Combo fez parte da banda de Wilson Simonal, inclusive em turnês internacionais. O perfil @Radiolaurbana publicou trechos da entrevista de Ramiro Zwetsch com Gerson King Combo em que ele lembra como conheceu James Brown:
"Em 1969, eu era da banda de Wilson Simonal e durante uma turnê em Porto Rico, assisti a um show com Four Tops, Diana Ross & the Supremes e James Brown. Eu nem o conhecia bem ainda. Mas quando ele apareceu pra cantar, pensei: 'esse é o cara'. Fiquei tão empolgado que subi no palco e comecei a dançar. Eu só queria 1 segundo pra aparecer. Demos dois passinhos juntos e ele falou pra eu descer. Fui embora, encontrei os músicos na saída e deixei meu endereço com o (saxofonista) St.
"Em 1971, fui pra Nova Iorque com o Simonal e o Som 3. Ia ter um show do James Brown e acabei descobrindo o hotel em que ele estava. Chegando lá, empresário não queria me deixar subir. Daí apareceu o St. Clair, que me levou pra falar com o homem. Ele era baixinho, feio pra cacete, tinha uma narigona maior do que a minha. Dei a maior força para ele vir para o Brasil porque ele era o ídolo do movimento negro que estava rolando aqui."
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