CIDA é formado por artistas com e sem deficiências. Foto: Brunno Martins

Agenda Cultural

Palco Virtual apresenta espetáculos do coletivo potiguar CIDA e de SP O Bonde

CIDA lança espetáculo de dança sobre o amor. Na mesma programação também estreia a peça-filme O Bonde, inspirada no documentário O Menino 23

20 de junho de 2021

Formado por artistas com e sem deficiências, o CIDA estreia duas produções na prestigiada programação do Palco Virtual Cênicas que o Itaú Cultural realiza de 24 a 27 de junho (quinta-feira a domingo). Maré, obra de dança do coletivo potiguar CIDA, faz sua pré-estreia dentro da programação falando sobre o amor a partir da situação da pandemia e da realidade dos cinco artistas em cena, seus corpos e suas vivências. 

O coletivo O Bonde, de São Paulo, por sua vez, estreia Desfazenda – me enterrem fora desse lugar, peça-filme que é a segunda montagem do grupo, na qual a palavra falada conduz a dramaturgia assinada por Lucas Moura, livremente inspirada no filme Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil, de Belisario Franca. 

Pensados inicialmente para os palcos presenciais, os dois espetáculos, diante da situação de isolamento ocasionada pela pandemia, ganharam novas produções já voltadas para o audiovisual.

Integralmente gratuito e on-line, o Palco Virtual é realizado de quinta-feira a sábado, às 20h, e no domingo, às 19h, pela plataforma Zoom. Todas as apresentações são seguidas por conversas do público com diretores, elencos e convidados. Os ingressos devem ser reservados via Sympla. Para mais informações, basta acessar www.itaucultural.org.br.

Maré é atração da quinta-feira: Uma metáfora dançada sobre os vários níveis, intensidades e profundidades do amor, considerando-se, ainda, questões de gênero, raça, alteridade, capacitismo e violência contra a mulher. Criado em 2017 pelo CIDA, núcleo artístico de dança contemporânea, fundado por jovens artistas emergentes, negros, com e/ou sem deficiências, radicados em Natal, no Rio Grande do Norte, o espetáculo foi remontado em 2021 como uma obra audiovisual em dança acessível.

“Com a chegada da pandemia, tivemos que repensar o nosso modo de trabalho. A gente não tinha intimidade com o audiovisual, mas acabamos nos aproximando de pessoas da área, e estamos agora trabalhando juntos esse novo modo de pensar a dança”, explica o bailarino René Loui, fundador do coletivo ao lado de Rozeane Oliveira. A dupla integra o elenco de Maré ao lado dos artistas convidados Álvaro Dantas, Jania Santos e Marconi Araujo.

Tomado pelas sensações e possibilidades provocadas pelo momento atual, o CIDA compôs o espetáculo tanto com imagens da performance registradas no palco tradicional quanto de frente para o mar. A proposta de mesclar esses dois ambientes foi registrar o que eles representam hoje: a vontade de ir para as ruas e de voltar aos palcos.

Terceiro trabalho do núcleo formado por artistas com e sem deficiência, Maré traz, também, intrínseca, a acessibilidade. Além de interpretação em Libras, o espetáculo conta com uma audiodescrição pensada para o trabalho e que dialoga com a obra como uma espécie de poema. “Acho que com isso a gente conseguiu criar uma camada a mais para o público vidente e não vidente de uma nova construção em dança”, aposta René Loui, que acrescenta: “Para a gente, acessibilidade e inclusão estão juntas”.

Após a exibição de pré-estreia, Maré fica disponível até 1 de julho, às 17h, no Youtube do Itaú Cultural www.youtube.com/itaucultural. 

SERVIÇO:  

Palco Virtual – Cênicas

De 24 a 26 de junho (quinta-feira a sábado), às 20h

Dia 27 de junho (domingo), às 19h

No site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br  

Horário: A partir das 16h.