“Oficina Zero” reúne poetas publicados de 1980 aos dias de hoje

É Típico!

Poesia contemporânea potiguar: editora independente lança vigorosa coletânea

Com mais de 20 nomes, a compilação “Oficina Zero” vem com nomes de destaque da lírica local

16 de junho de 2024

Por Alexandre Alves

Não foi a majestosa editora da UFRN e nem o recordista de publicações no RN – o imbatível Sebo Vermelho – quem teve o esforço de agrupar de forma representativa a vasta produção da poesia contemporânea potiguar em um único volume. A ultraindependente Munganga Edições (que junto com a Sol Negro Edições formam uma espécie de dupla cult da lírica local) resolveu lançar o terceiro volume de sua “Oficina Zero” com poetas norte-rio-grandenses que seguem publicando dos anos de 1980 até este novo milênio.

A editora é capitaneada pelos editores Ayrton Alves Badriah e Victor H. Azevedo, ambos jovens e bem entrosados com a produção lírica local, que resolveram criar uma pequena e vigorosa compilação com mais de 20 nomes com a produção lírica local, agrupando em quase 60 páginas uma espécie de retrato da poesia potiguar das últimas décadas. Eles já lançaram algo similar na compilação “Blackout”, publicada em 2018 e contando com 18 nomes da poesia da terra de Luís da Câmara Cascudo.

De quebra, na nova edição da “Oficina Zero” a dupla ainda trouxe poemas de alguns nomes marcantes da lírica do século XX, a exemplo de Lourival Açucena, João Lins Caldas, Antônio Pinto de Medeiros, Walflan de Queiróz e Myriam Coeli. Seria por parte dos editores o reconhecimento de uma tradição lírica potiguar, fato até mesmo desconhecido por muitos dos leitores atuais, incluindo os próprios poetas contemporâneos, mais preocupados com o presente e por vezes achando que não existe todo um passado que marca a literatura norte-rio-grandense desde o século XIX.

Entre os nomes contemporâneos na coletânea, que conta com dois poemas de cada autor(a), figuram Paulo de Tarso Correia de Melo, Iracema Macedo, Marize Castro, Eli Celso e Diva Cunha, estreantes na lírica entre as décadas de 1980 e 1990. Estes caminham lado a lado com a juvenília potiguar de Márcio Simões, Pedro Lucas Bezerra, Iara Carvalho, Theo G. Alves e Regina Azevedo, entre outros.

O lançamento, de tiragem limitada, aconteceu na sexta-feira (14) com o “Sarau da Noite Espanto”, um espaço aberto para os poetas presentes na coletânea lerem seus textos ou para aqueles que queiram declamar seus versos contemporâneos de acordo com o clima do evento.