Autoridades e representantes da cultura visitam prédio de 1950. Foto Assecom

Agenda Cultural

Prédio da antiga Junta Comercial será museu da memória musical do RN

Será futuramente o Museu da Música Potiguar Brasileira. A confirmação foi da governadora Fátima Bezerra, após visita ao prédio na Ribeira

19 de julho de 2021

O prédio da antiga Junta Comercial e Procom estadual, na Ribeira, será futuramente o Museu da Música Potiguar Brasileira. A confirmação foi da governadora Fátima Bezerra, após visita ao prédio, localizado na Av. Duque de Caxias, na companhia do  presidente da Academia Norte-Riograndense de Letras, Diógenes da Cunha Lima, o local onde funcionou a Junta Comercial do Estado por mais de quatro décadas, na Ribeira.  “As gerações presentes e futuras merecem esse importante equipamento de preservação de nossa memória musical.”, disse a chefe do Executivo estadual.  

Inaugurado em 31 de março de 1930 para abrigar a Recebedoria de Renda, tombado em 1992, o prédio faz parte de um conjunto arquitetônico de inestimável valor histórico, ao lado do Teatro, do Museu de Cultura Popular Prefeito Djalma Maranhão e da antiga Faculdade de Direito, na Praça Augusto Severo

"A decisão já está tomada: teremos, sim, neste prédio belíssimo, vizinho ao Teatro Alberto Maranhão e próximo à Casa de Cascudo, o Museu da Música Potiguar Brasileira. O povo do Rio Grande do Norte, as gerações presentes e futuras, merecem esse importante equipamento de preservação de nossa memória musical." 

"O Rio Grande do Norte tem algumas características curiosas e diferentes do resto do País. É um dos estados musicais do Brasil. Mas nenhum estado tem um Aldo Parisot [1918-2018, violoncelista natalense], professor por mais de 60 anos da Escola de Música de Yale, homenageado pela ONU; temos o maestro Tonheca Dantas [1871-1940], que deixou 240 composições, mas até hoje só conhecemos 60; tem Oriano de Almeida [1921-2004, pianista], um dos maiores intérpretes de Chopin. Quantos compositores populares fantásticos precisam estar aqui?, enfatizou o professor Diógenes da Cunha Lima, ao elogiar a construção do museu.

Ele lembrou que Alberto Maranhão de Albuquerque foi o governador que mais valorizou a cultura, fazendo o Rio Grande do Norte ser conhecido e respeitado em todo o Brasil. No entanto, observou, houve um “grave” período de abandono desse legado. “Precisamos valorizar nossas conquistas. Isso aqui também é um espaço para o turista, para quem quiser vir, ver e ouvir a beleza da música, que é a comunicação universal. Então, não vejo outra chance para o RN, a não ser através dessa atuação forte que a senhora, governadora, está fazendo, sobretudo na cultura, que reflete também no turismo."

A pesquisadora Leide Câmara de Oliveira, autora do Dicionário da Música do Rio Grande do Norte e que tem um acervo com 6 mil músicas cadastradas de autores potiguares cantadas por intérpretes potiguares ou não, e de compositores de qualquer lugar interpretadas por cantores potiguares, defendeu a iniciativa. "Vai ser um museu singular porque o RN tem a memória de mais de um século preservada. O museu terá grande importância porque poderemos mostrar às gerações o que foi e o que é a nossa história musical, os instrumentos, as formas de gravação, as partituras, a sociologia da época retratada por cada música."