Tassos é o titular do departamento que cuida da preservação e difusão da memória e saberes
Agenda Cultural
Professor de Pós-graduação em Design assume o Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan Nacional. Revista do Iphan dos 20 anos é suspensa
08 de dezembro de 2020
É do Rio Grande do Norte o novo diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Nomeado nesta terça-feira (8), Tassos Lycurgo Galvão Nunes é professor do programa de pós-graduação em Design da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e também pastor da comunidade cristã Ministério Defesa da Fé. A indicação de Tassos provocou descontentamento de profissionais ligados ao patrimônio. Ele assume a pasta que foi de Hermano Fabrício Oliveira Guanais, funcionário público dos quadros da autarquia federal. Vale lembrar que o Iphan nacional é presidido pela turismóloga Larissa Peixoto. Ainda não se sabe se haverá mudanças na superintendência de Natal.
Segundo informações publicadas no jornal O Estado de São Paulo, Tassos Lycurgo tem pós-doutorado em Apologética Cristã (Oral Roberts University, EUA) e em Sociologia Jurídica (UFPB), é doutor em Matemática/Lógica (UFRN), mestre em Filosofia Analítica (Sussex University, Inglaterra), especialista em Direito Material e Processual do Trabalho (Uniderp). É advogado (OAB/RN), professor do Departamento de Artes da UFRN, foi professor convidado do RBT College (EUA) e professor visitante da Oral Roberts University (EUA, 2012-2015).
Também escreve para o blog DefesaDaFe.org e é autor de livros, entre os quais Job. Betrayed by God? Delivered to the Devil? e mantém o canal no YouTube Defesa da Fé TV Tassos Lycurgo, com vídeos e transmissões ao vivo de cultos e estudos bíblicos.
O departamento dirigido agora por Tassos é responsável por cuidar da preservação e difusão dos saberes, das celebrações, das formas de expressão e lugares portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
CANCELAMENTO
Segundo informações da Agência Saiba Mais, a Revista do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que estava em fase final de edição, teve sua publicação suspensa depois da troca de direção do Departamento do Patrimônio Imaterial. “Com a saída de Hermano Queiroz, que estava à frente do Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan desde, pelo menos, 2016, e a entrada do professor do Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Tassos Lycurgo, a curadoria da revista, assim como os autores que teriam artigos publicados, desautorizaram a publicação do material. Além de diretor do Departamento do Patrimônio Imaterial do Iphan, Hermano também estava auxiliando na elaboração da revista.”
Em depoimento para a Agência, a curadora da revista e professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Márcia Genésia de Sant’anna, curadora disse que foram “surpreendidos no fim da semana passada com a notícia de que o atual diretor do Departamento do Patrimônio Imaterial, que estava co-coordenando a revista comigo, juntamente com Cláudia Márcia Ferreira, que é diretora do Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, estava para ser exonerado e substituído por outra pessoa que nós todos que estamos nesse campo de trabalho há 30 ou 40 anos, não conhecíamos, nunca ouvimos falar como pessoa da área de patrimônio.”
“Em respeito ao Hermano Queiroz, que é uma pessoa que vem desenvolvendo há quase cinco anos um trabalho excepcional nessa área e em respeito aos colegas que são especialistas formados para efetivamente trabalhar com bens culturais tão delicados como são esses do patrimônio cultural imaterial. É um gesto de protesto contra isso e em respeito a todo esse trabalho bem feito que o Iphan vem fazendo há 20 anos nessa área, eu informei ao departamento que trata da revista no Iphan que eu estaria abandonando a curadoria da revista, a sua organização e desautorizando a publicação do artigo que eu fiz para essa revista e um texto introdutório, uma vez que a concepção da revista foi feita por mim”, explicou.
A produtora cultural Danielle Brito, especialista em patrimônio comentou sobre o ineditismo da publicação: “A revista ia tratar dos 20 anos da política pública de Salvaguarda paraco bens de natureza imaterial. Aguardava ansiosa."
A revista que tem como tema central a construção da noção de Patrimônio Cultural no Brasil e os 20 anos da política de salvaguarda do patrimônio cultural imaterial, começou a ser editada por volta do mês de abril, os artigos já estavam revisados e a edição estava programada para ser lançada entre o final de 2020 e o início do próximo ano.
Con informações do Estadão e Agência Saiba Mais
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