Publicação destaca profissionais que atuam no bairro, como o artista Flávio Freitasfoto: Ian Rassari
É Típico!
Em “Enquanto eu existir”, Octávio Santiago mistura jornalismo e literatura para visibilizar o que permanece vivo na cidade baixa
06 de dezembro de 2023
Muito se fala sobre a Ribeira que foi e a que deveria ser, mas pouco se comenta sobre a Ribeira que existe hoje: os comércios, serviços e iniciativas culturais que seguem, apesar das dificuldades, em atividade no bairro. Uma publicação, que estará disponível para a leitura a partir de terça-feira (5), tem a pretensão de mudar essa história.
“Enquanto eu existir” é resultado de uma ampla pesquisa feita na Ribeira, a partir do mapeamento do que ainda pode ser encontrado no bairro, com informações relativas a produtos, serviços, contatos e dinâmicas de funcionamento, como uma espécie de catálogo, capaz de guiar visitantes, novos e antigos, e movimentar a cidade baixa.
A publicação tem textos e curadoria do jornalista Octávio Santiago, que frequenta a Ribeira e criou o projeto como resposta à insistente pergunta de conhecidos sobre o que “tanto” ele fazia no bairro. A pesquisa feita por Octávio durou cinco meses e foi organizada a partir de um bom entroso entre jornalismo e literatura.
“A Ribeira, mesmo fragilizada, segue viva e mais de 100 iniciativas funcionam no bairro. Invisibiliza-las só contribui para o seu esquecimento. ‘Enquanto eu existir’ mostra que ainda não houve um fim, e lança luz sobre um caminho a ser seguido a partir do que persiste e resiste no bairro. Não é um recomeço propriamente, o que a Ribeira quer e precisa é de um novo momento”, explica ele.
O conteúdo da publicação contempla teatros, espaços culturais, ateliê, antiquário, peixarias, lojas de material de construção e de produtos de pesca, oficinas, bares, bodegas e clubes de remo, para citar alguns. Além disso, também apresenta serviços que estão em extinção – a exemplo do ofício de consertar máquinas de escrever – e a arte que é feita hoje em Natal inspirada na Ribeira.
Para os registros fotográficos, foi escalado Ian Rassari, profissional reconhecido pela captação dos detalhes com um olhar humanizado e sensível. As ilustrações são do estúdio criativo Casulo Cria e o projeto gráfico e a diagramação moderna e bem dividida ente textos e fotos é de Danilo Medeiros.
“Enquanto eu existir” foi incentivado pelo edital de Economia Criativa de 2023 do Sebrae-RN e conta com o apoio cultural do Sistema Fecomércio-RN, por meio do Sesc-RN, do Governo do Estado e da Prefeitura de Natal. A iniciativa tem o selo da produtora de conteúdo Quero Prosa.
A publicação terá distribuição gratuita e ficará disponível em três pontos na Ribeira, no antiquário Ribeira Antiga (Rua Dr. Barata, 211), no espaço cultural Rosas na Cartola (Largo da Rua Chile) e no ateliê de Flávio Freitas (Avenida Duque de Caxias, 182). O convite é para que tome posse do material quem acredita na Ribeira e defende dias melhores para o bairro.
Música
A pesquisa sobre a Ribeira acabou originando também uma música. “Riba Ribeira” é uma composição de Octávio, que foi gravada pela cantora Ana Tomaz, com direção e produção musical de Iury Matias. Com versos de protesto, mas também de otimismo, sobre a cidade baixa, a música já pode ser ouvida em diversas plataformas de áudio, como o Spotify.
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