Amigos e veteranos no último Rock Vinho antes da pandemia
Reportagens
Na terra dos engenhos, festival retorna após a pandemia com shows de Jack Black e Side Control - Tributo a Pink Floyd
14 de dezembro de 2021
Cinthia Lopes
Entre o final de 1984 e começo de 1985, quem não sabia da existência do Rock In Rio estava ruim da cabeça ou não tinha nascido. Naquela época, todos os caminhos levavam à “Cidade do Rock" em Jacarepaguá, espécie de woodstock ensolarado que colocou o Brasil na rota dos shows internacionais. Quem não teve grana para ir até o Rio ver Iron Maiden, Queen, Scorpions, Ozzy ou AC/DC, tratou de fazer sua própria noite roqueira em casa. Foi assim que cinco amigos de São José de Mipibu, contagiados com o nascimento do festival decidiram passar a noite ouvindo os seus melhores vinis, na companhia de um garrafão de vinho. A quilômetros dos decibéis do festival carioca, na cidadezinha histórica da Grande Natal conhecida pelos engenhos centenários, nasceu o Rock Vinho Festival.
De reunião adolescente até virar um festival, o Rock Vinho passou a acontecer todo ano de forma colaborativa, primeiro com som mecânico e depois com bandas ao vivo e um palco fixo construído em um sítio com a ajuda dos músicos e frequentadores. A exceção de 2020 que não aconteceu por conta da pandemia, o Rock Vinho vai festejar neste final de 2021, 37 anos no calendário alternativo mipibuense. A edição acontecerá no dia 26 de dezembro, no Espaço Rock Vinho, um sítio localizado à rua 15 de Novembro, 532, 624, em São José. As atrações confirmadas são as bandas Jack Black e Side Control - Tributo a Pink Floyd. Ou seja, espera-se muitos covers e releituras de algumas bandas de rock mais importantes do gênero. A entrada custa R $15,00 e os shows começam as 14h. O acesso só é permitido com uso de máscara, conforme a legislação sanitária para prevenção da Covid. O tema "uma eterna viagem" também tem a ver com a preferência da turma pelo rock progressivo, embora o festival não privilegie essa vertente.
“Espero que seja uma ótima edição, está todo mundo ansioso pois faz quase dois anos que ninguém se reúne para escutar o som que gosta. O festival sempre foi um evento de muita amizade e no momento mais flexível não podemos nos privar de realizar este encontro”, contou Arinaldo Pessoa, um dos fundadores do Festival e também um abnegado em manter viva a cena que o Rock Vinho ajudou a fomentar. Ele conta que o evento não recebe ajuda financeira ou apoio do poder público de Mipibu. “Não temos ajuda do município para fazer o festival. Como o Rock Vinho não tem fins lucrativos, a cobrança de ingresso é para pagar a estrutura e cachês das bandas”, conta.
Espaço Rock Vinho em São José volta a agitar o mais antigo festival da região
O produtor lembra que depois do Rock Vinho surgiram outros eventos e espaços na região, assim como bandas importantes. Exemplo é o lendário bar A Gruta. “Depois do Rock Vinho quem não conhecia rock começou a curtir. E com o surgimento da banda Hardwind o pessoal começou a fazer música e outras bandas surgiram. O ciclo de amizade entre os músicos aumentou”, lembra.
Mas se o Rock Vinho não tem apoio cultural do poder público, um caso diferente acontece na vizinha Ceará-Mirim, onde ocorre há 30 anos o Festival Maluquez Revisitada, tradicional tributo a Raul. Lá existe até uma lei municipal que institui a semana de agosto dedicada a Raul Seixas. Outro vizinho da região, Parnamirim também possui uma cena roqueira forte que ainda se mantém no Espaço Nestor Lima.
Para pegar mais informações ou adquirir o ingresso acesse o instagram @Espacorockvinho
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