Atum arretado valoriza o ingrediente do mar prato servido pelo Lótus, que também realiza oficina

É Típico!

Sabor Potiguar aborda os pratos natalenses e histórias da nossa comedoria

Festival promovido pelo Sebrae e Abrasel destaca ingredientes locais e participação de 20 restaurantes e oficinas gastronômicas

03 de dezembro de 2020

Cinthia Lopes

Qual seria o prato típico mais natalense de todos? Câmara Cascudo cita que diante da inesgotável fauna do Atlântico tropical é a Peixada e seus acompanhamentos, o pirão, o arroz, a cachaça com mangaba e o remate, aquele caldo depois do repasto. Mas para nossa surpresa, a peixada, seja ela cozida, assada ou frita, ainda é pouco consumida e existem poucos restaurantes especializados, se levarmos em conta o espaço que outros pratos ocupam nos cardápios.

Segundo dados da M.A.P.A. (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) Natal é a capital que menos consome peixe no país, perdendo inclusive para Brasília. “É cultural e abordamos isso nesta sexta-feira na mesa-redonda de abertura do  Sabor Potiguar”, adianta a pesquisadora e cozinheira Adriana Lucena. O bate-papo ao qual ela se refere tem como tema “A comedoria natalense: de casa às peixadas, o que se come por aqui” que abre o Festival Sabor Potiguar, de 4 a 13 de dezembro, em restaurantes e no meio online. Da palestra participam também o superintendente do Sebrae/RN, Zeca Melo, o jornalista Vicente Serejo e o presidente da Abrasel Natal, Arthur Fontes. O encontro será transmitido às 17h30, no canal oficial do Sebrae-RN no Youtube.

O Festival Sabor Potiguar é realizado pelo Sebrae/RN e pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – ABRASEL e reúne também oficinas e a gastronomia criada por 20 estabelecimentos, entre restaurantes e bistrôs. Cada um criou receitas especiais usando produtos potiguares. Participam do Festival Sabor Potiguar os restaurantes e bistrôs A Cozinharia, Agaricus, Brotar Cozinha Afetiva, Casa de Taipa, Cascudo Bistrô, Gennari Restaurante, Jabá Restaurante, Kale To Go, Lotus, Mamma Itália, Meu Barraco Boteco Bistrô, Nau Frutos do Mar, Paneer, Piazza Dei Fiori, Piazzale, Rapadura, Tábua de Carne, Vinhedos Bistrô e Zeh Cozinha.

 

Shot de Gin Aroeira com Caju e Dadinho de queijo coalho do Meu Barraco. Ao lado, Camarões crocantes com arroz de pesto da A Cozinharia

REVALORIZAR O TERROIR É PRECISO

Voltando à mesa-redonda virtual, a pauta será o cenário gastronômico da Natal nas décadas de 1960/1970. “A gente percebe que Natal, principalmente, falando da capital, tem poucos traços próprios de culinária. Há muita herança do sertão, da carne de sol, coisas que vieram só interior potiguar. E é importante mapear.”

Para Adriana Lucena, que também está na curadoria do festival, ainda somos uma costa abundante em quantidade e variedade, mas além de se comer bem menos do que deveria, temos um apagamento cultural dos nomes nativos. “Nem sempre nossos peixes são valorizados na gastronomia local, inclusive substituem o nome nativo pelo que chamam no sul”. Robalo substituiu o nome camurim e o badejo roubou o lugar do nosso sirigado, só para citar alguns.

O ex-presidente seccional da Abrasel no Rio Grande do Norte, e atual conselheiro, Artur Fontes considera urgente a valorização dos nossos sabores. Para ele, esse é um processo a ser trabalhado, expandindo o conceito de que podemos oferecer aos nossos visitante, turistas, uma diversidade de pratos e receitas que extrapolam o litoral. Valorizar na prática os produtos do Rio Grande do Norte é fundamental na opinião de Artur Fontes, que também é chef de cozinha. Ele cita como exemplo o fato de se usar bastante salmão nos cardápios dos restaurantes natalenses, quando na verdade há uma oferta muito grande de atum de outros peixes de altíssima qualidade no rico litoral potiguar.

“Mas nós insistimos em usar produtos dolarizados, que demoram chegar e não chegam frescos. Nós precisamos entender mais o que tem aqui na nossa região, de frutas tropicais também, e passar a usá-las, até para sair um pouco da mesmice.”

Da parte do Sebrae, as consultoras Ana Ubarana e Maézia Santos montaram a programação de uma forma a contemplar tanto a degustação dos pratos como a possibilidade de aprender receitas preparadas por estes chefs, utilizando ingredientes locais. É bom ressaltar que o festival terá os pratos participantes nos próprios restaurantes – para quem já está frequentado os seus estabelecimentos preferidos - e através de delivery para quem prefere degustar as opções de casa mesmo.

No site do festival (www.festivalsaborpotiguar.com.br/​) tem todas as informações sobre o evento, restaurantes participantes, vitrine de negócios, vídeos com oficinas orientadas pelos chefs de cada restaurante.

 

Ginga com Tapioca da Casa de Taipa Tapiocaria. E a Gororoba, prato tradicional do Boteco Pai D'Égua

 

FESTIVAL SABOR POTIGUAR, de 4 a 13 de dezembro

DIA 4, 17h30, Canal oficial do Sebrae no You Tube

Mesa-Redonda ““A comedoria natalense: de casa às peixadas, o que se come por aqui”

OFICINAS VIRTUAIS

DIA 5, 18h30, Brotar Cozinha Vegana

Arrumadinho do mar com feijão verde, camarão, caju e cebola roxa e vinagrete de polvo, unidos por uma farofa

Dia 6, 18h30, Cascudo Bistrô

Filé de sol ao molho de rapadura com Risoto de baião de dois de feijão verde

Dia 7, 18h30, Agáricus

Bife Ancho com Risoto Agaricus

Dia 8, 18h30 - Kale to Go

Camarões e Palmito ao molho de castanha aromático com farofa de brócolis e pimenta biquinho

Dia 9, 18h30 - Meu Barraco Bistrô

Dueto Potiguar: Shot de Gin Aroeira com Caju + ENTRADINHA – Dadinho de pirão de queijo de coalho defumado, carne de sol de maionese de biquinho

Dia 10, 18h30

Atum Arretado - Lótus

Dia 11, 18h30, A Cozinharia

Camarões crocantes com arroz de pesto

Dia 12, 18h30, Casa de Taipa Tapiocaria

Ginga com Tapioca

Dia 13, 17h, UnP (Universidade Potiguar)

Junte o tradicional do Seridó com técnicas gastronômicas e impressione!

Dia 13, 18h30, Boteco Pai D´Égua

Gororoba - O Prato!