Ana Claudia Viana iniciou a carreira no Grupo de Dança da UFRN. Foto: Daniel Torres
Agenda Cultural
Bailarina, criadora e coreógrafa reúne memórias dos seus trinta anos de dança no lançamento do site e vídeo
03 de dezembro de 2020
Transcender o movimento e tocar a poética da vida através da dança. Esse tem sido o propósito de Ana Cláudia Viana, bailarina de longeva e surpreendente carreira. Nos trinta anos de existência dentro da dança, sua vida se confunde com o espaço ao redor, com a cidade e a própria evolução da dança em Natal. Para celebrar sua existência e esse movimento, no próximo dia 2 de dezembro acontece o lançamento do site que reúne a documentação de sua trajetória nos últimos trinta anos, com depoimentos, fotografias, linha do tempo, através da publicação do livro dança e também vídeodança, na intenção de registrar e deixar para as próximas gerações todo seu legado construído e sustentado com dedicação e coragem.
A plataforma é interativa e com acesso gratuito. O projeto foi contemplado através da Edital de Economia Criativa do SEBRAE/RN 2020 e é produzido por Mariana Hardi, Daniel Torres e Ana Cláudia Viana.
Cearense, Ana Cláudia chegou ao Rio Grande do Norte antes dos vinte anos de idade. Morou em Macau trabalhando como bancária e logo depois veio transferida para Natal para ficar perto do mar, sua força inspiradora sua força motriz. “Aqui em Natal a dança me deu muitos amigos, muitos laços. A arte e a vida e em outros sentidos que estão sempre ligadas. Meus amigos chegaram através do grupo de dança da UFRN e são amigos até hoje. A Casa da Ribeira também, Henrique Fontes e tantos outros artistas que convivi e convivo até hoje e espero continuar convivendo não só artisticamente, mas na vida, nas partilhas de conhecimento”, reflete.
Graduada em Educação Física, sua formação tem como alicerce o grupo de dança contemporâneo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o qual ela considera o de seu impulso de vôo para a criação na dança. Trabalhou com muitos grupos na cidade, como diretora de movimento em peças teatrais, acompanhando e criando coreografias e tecendo o movimento da vida em seu corpo.
O momento mais marcante foi o processo “Ad Infinitum”, dançado em 2011, dirigida pelo Mathieu Divugnaud e dirigida, atuada e com cenografia assinada por Irapuan Júnior. “Os dez meses de processo de construção da obra, continuava um trabalho que iniciou na Companhia Gaya em 2007, no final do tempo “Fragmento da Hora Absurda”, dirigido pela Andréia Copeliovitch, foi quando conheci o processo de trabalho autoral e quando sai da Gaya em 2008, trabalho de formação absoluta como artista, como professora e era como se estivesse me despedindo da escola e começando meu trabalho profissional autoral”, lembra Ana Cláudia.
Ali, começava o movimento que continua até hoje, criar. “Eu começava o que faço até hoje, em processos coletivos de criação. Um desfrute, um prazer e uma enorme satisfação passar por todas as angustias de criar por aquele processo, na experiência da criação, no dia a dia “Ad Infinitum tem para mim esse lugar, esse cheiro, esse sabor de profissão. Sabor de propósito de vida, desvelado, esclarecido”, afirma.
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Consciência do corpo, projetos nas escolas públicas, projetos desenvolvidos pela Casa da Ribeira, direção de espetáculos, expressão corporal, entre tantas perspectivas que a dança trouxe para sua história, são alicerces importantes para sua existência. Nesse percurso, Natal foi fundamental para toda a construção de suas memórias entrelaçadas com seus passos.
“Considero que a cidade me atravessa na sua maneira de se construir, porque fui me construindo junto com a cidade. Cheguei com vinte e poucos anos e estou com mais de cinqüenta e sou construída pelo vento e pela luz de Natal. Cheguei era horizontal e hoje tem uma verticalidade. Meu desejo é dançar por lugares que ainda não adentrei e sinto o desejo de conhecer”, disse Ana Cláudia.
Espaço 3, um coletivo de criação
Hoje, Ana Cláudia está à frente do Espaço A3 dividido com Daniel Torres, Sociedade T, Grupo às Avessas e a CDEL, que juntos acreditam no coletivo para a criação, além da luta diária em manter e produzir o espaço. “Lidar com esse lugar da produção que é tão delicado, ao mesmo tempo em que trabalha com as emoções, com o sensível, com a construção poética de imagens, como também lidar com as questões de mercado. Esse balanço entre os dois lugares que são preciosos e a Casa da Ribeira ensinou, além do Espaço A3, onde desenvolve o trabalho cotidiano criativo”.
O site contará toda essa trajetória, que é também o processo de uma artista, mulher que vive da arte no nordeste do Brasil, é o registro de um vôo que não tem fim. “Vou criar até o fim da vida, minha meta é seguir”, finaliza.
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