Abigail Bistrô e Café foi inaugurado em 2020 no sobrado construído em 1891
Colunas
Festival que começou em 2005 está de volta, realizado pela prefeitura de Martins, que restaurou Museu Histórico
26 de junho de 2022
Cinthia Lopes | Vale Mais um Gosto
O muncípio de Martins é conhecido pelas belezas naturais e o clima ameno, mas em 2005 a única referência gastronômica e turística era o hotel Serrano. Foi quando um caminhão abastecido de ingredientes e um ônibus cheio de artistas do Rio Grande do Norte, chefs, enólogos, jornalistas e produtores subiram a serra, localizada a 370 km da capital. No friozinho de 23 graus a 600 metros acima do nível do mar surgiu o Festival Gastronômico de Martins, criado pelos produtores Walde Faraj e Habib Chalita. Na base do boca a boca e através de uma rede criada pelo Sebrae RN, mais de 100 casas passaram a ser disponibilizadas para alugar no programa “Cama, Café e Rede''. A população dobrava no mês de julho, movimentando a praça principal, o mercado e os mirantes do Canto e da Carranca. É difícil imaginar toda essa movimentação há quase 20 anos.
Realizado numa parceria público-privada, tendo o aporte financeiro de governo e prefeitura, o festival rapidamente se consolidou. Tinha-se concurso de chefs e oficinas com convidados de fora, como o enólogo Bernardo Silveira da renomada Winehouse-SP e chefs famosos, como Rodrigo Oliveira, do Mocotó e César Santos. Foi lá que aconteceu a estreia da Flor de Sal da Cimsal, iguaria cultivada na costa potiguar de Areia Branca.
Festival Gastronômico de Martins, em 2008, com presença de chefs renomados como Rodrigo Oliveira e Tadeu Lubambo. Foto: Rodrigo Sena | Tribuna do Norte
Até 2010, o evento já tinha consagrado o trabalho autoral de cozinheiros e chefs, como Eugênio Cantídio, o argentino Mário Soltak, Thiago Gomes, Cacau Wanderley, Chef Dantas, Gabriela Sales, dentre outros. Também foi lá que conhecemos a “espécie de gergelim” e o “doce de casca de laranja”, vendido pelas doceiras de Martins. Assim como o sequilho das irmãs Gurgel, temperado com mel, raspa de limão, erva-doce, cravo e canela. Também em Martins o público assistiu em praça pública ao filme Ratatouille e a espetáculos de música e dança.
Neste pós-pandemia o Festival Gastronômico de Martins anuncia seu retorno. Será a 14ª edição, desta vez com a expertise adquirida pela equipe local e a produção da própria Prefeitura municipal. Acontece de 29 a 31 de julho, na mesma praça Almino Afonso, onde estarão restaurantes, tenda para oficinas, workshops e até aula de vinhos sob a consultoria de Gilvan Passos.
Museu é aberto para visita e bistrô também funciona aos domingos para almoço
BISTRÔ NO MUSEU
Nesse turismo de trocas e descobertas, atrativos naturais e históricos, personagens e ingredientes se tornaram mais populares, caso do Museu Histórico de Martins, cujo acervo foi se revelando aos visitantes junto a raridades, como uma edição antiga de Os Lusíadas, de Camões.
De lá para cá, o museu foi restaurado, numa obra de durou quatro anos. E desde o dia 30 de dezembro de 2020 abriga o Abigail Bistrô e Café. A administração é do casal Wellington Lopes e Diana Nobre Marcelino, moradores de Martins. A entrega do espaço teve participação da ex-prefeita Olga Fernandes, que idealizou a parceria público-privada apostando na restauração e sustentabilidade do Museu. O forte do bistrô são as massas artesanais, mas quem passa pelo lugar pode sentar e tomar um café, tomar uma taça de vinho (a catar é variada) ou drinques apreciando as relíquias do lugar. O Abigail Bistrô vai participar do Festival Gastronômico de Martins no setor de restaurantes montados na praça.
Massas e antepastos do Abigail Bistrô e Café
MUSEU
O Sobrado de três andares que abriga o café e o museu foi construído em 1891, e teve como ilustre morador o então senador Almino Affonso, de acordo com Manoel Onofre de Andrade em seu livro “A Abolição Antes da Lei Áurea”, biografia do abolicionista e republicano histórico.
O projeto curatorial e museográfico foi elaborado pelo professor Jairo José Campos da Costa, após o restauro que durou, aproximadamente, 4 anos, através de emenda do ex-senador José Agripino Maia, a partir de uma articulação da prefeita Olga Chaves Fernandes de Queiroz Figueiredo. O acervo é composto de mobiliários tradicionais, peças de arte, antiguidades, fotografias preto e branco, livros antigos.
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