Enquanto nada acabar” de Beatriz Madruga traz fotografias de Caroline Medeiros

Agenda Cultural

Três obras de ficção de autores potiguares para conhecer

Escribas lança “Mulher em 3 tempos”, de Luciana Medeiros, “Enquanto nada Acabar”, de Bia Madruga e “Folhetins do Acaso”, de Fausto Neto

04 de julho de 2021

A Escribas Editora lançou três obras de prosa de ficção escritas por uma robusta safra de autores potiguares. As veteranas Luciana Medeiros (com seu romance “Mulher em 3 tempos”) e Bia Madruga (cujos contos de “Enquanto nada acabar” ganharam a luxuosa co-autoria de Caroline Macêdo e suas fotos inspiradoras) estarão ao lado de Fausto Neto, contista estreante que surpreende pela fluidez e qualidade no texto.

“Mulheres em três tempos” é um livro surpreendente, que apresenta três protagonistas fortes, em continentes diferentes, - a história vai de Istambul, Pont Aven, até Natal, em épocas distintas, séculos XVI, XIX, chegando na atualidade.

Mulheres que sonham, embora em circunstâncias adversas. Um romance que descreve lugares e sentimentos de uma forma envolvente e cinestésica, a exemplo de “uma sensação azul escura em seu corpo”.

Mostra a luta de mulheres que anseiam por decidir o próprio destino, contrariando regras impostas, correndo o risco de sofrer punições violentas. Luciana Medeiros em seus livros perscruta o universo das mulheres com profundidade, trazendo reflexões acerca das repressões e aspirações femininas. Assim o fez em “As mulheres em Olívia”, seu primeiro romance, e também em “Homens não são tão fortes, mulheres não são tão santas”. 

Talentos

Os textos de “Enquanto nada acabar” foram escritos ao longo dos últimos anos. Beatriz Madruga é uma autora de raro talento, capaz de transformar um vasto repertório de leitura e a profundidade adquirida com as teorias acadêmicas de uma Mestre em Letras em textos dotados de leveza e sensibilidade. Seus contos nos envolvem como se a dor e as paixões das personagens fossem nossas.

Suas crônicas provocam a imediata identificação quando falam de medo, amor, solidão, encontros e conexões. A criatividade de Bia transborda em um estilo próprio de uma prosa que ela mesmo inventou. E generosamente conosco compartilhou.

As fotografias de Caroline Macedo, por sua vez, são partes importantes desta narrativa construída a quatro mãos. Beatriz Madruga nasceu em Natal (RN). É mestre e doutora em Letras e este é o seu terceiro livro. Publicou “Aos pedaços, com tudo” (2015) e “Em fim, nós” (2016), ambos pela Jovens Escribas, além de “Os monstros não estão aqui” (2018) e “João sem não” (2019) pela M3.

Caroline Macêdo é potiguar, designer e fotógrafa. Tem interesse pela cidade e em como as pessoas se relacionam com os lugares. Coleciona cores, formas, luzes e gente distraída no dia a dia. 

Ocaso

A obra “Folhetins do ocaso” é uma coleção de contos abrangendo as mais diversas localidades e contextos, mas tendo como ponto de intersecção a natureza humana, com seus vícios e virtudes inerentes. São histórias, que retratam o cotidiano temperado com o uso de recursos linguísticos e as referências literárias de um autor que debulha suas ideias com desenvoltura e nos brinda com tramas bem construídas e desfechos por vezes imprevisíveis. Ficções que são como vida, mas apresentadas de uma forma que nos leva a refletir e nos emocionar.

A palavra “folhetins” remete aos antigos folhetins, de jornais, além de nos fazer recordar a letra de Chico Buarque, “Folhetim” (“Pois já não vales nada/ És página virada/ Descartada do meu folhetim”). Ocaso”, antes de significar “pôr do sol” ou um prenúncio de fim do dia, é um jogo de palavras, de acaso, o caso. O “Ocaso” também remete ao fim de uma etapa,a culminância de um trabalho: a hora de ouro, a publicação de um livro que vem sendo escrito e reescrito há anos. Não é o fim de tudo, porque é um ciclo, e o sol nascerá amanhã. De novo. 

Os livros podem ser adquiridos através dos perfis da Escribas Editoras  @Escribas_Oficial ou dos autores.