Nação Zambêracatu é um grupo de maracatu surgido em Natal com influências locais
Agenda Cultural
Nação Zambêracatu e Teatro de João Redondo são alguns temas abordados na comemoração pelos 20 anos do Grupo de Estudos Culturas Populares
01 de junho de 2021
Os 20 anos do Grupo de Estudos Culturas Populares da UFRN serão comemorados com uma série de encontros e debates com o enfoque na dinâmica das culturas populares contemporâneas. Vinculado ao Departamento de Antropologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, o grupo pesquisa e analisa como essas manifestações étnicas, religiosas e culturais são produzidas e consumidas no cotidiano dos centros urbanos.
O primeiro encontro está marcado para o dia 28 de junho, de modo virtual no canal YouTube do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFRN – PPGAS UFRN – 19 h, com a coordenação do professor Luiz Assunção. Vai reunir Marília Negra Flor, Kleber Moreira e Felipe da Silva Nunes, que compartilham os conhecimentos produzidos no Nação Zambêracatu, grupo de maracatu potiguar fundado há alguns anos. A conversa aborda sua história, pertencimentos, resistência e a presença no espaço público.
Entre os meses de junho a novembro de 2021, mensalmente, um encontro em diálogo compartilha conhecimentos produzidos. Os temas surgem a partir das manifestações culturais da cidade de Natal: Além do Nação Zambêracatu, serão abordados o Teatro de João Redondo, o grupo folclórico Araruna, Benzedeiras, Samba-enredo e Jurema.
A história, a ancestralidade e memória, a presença do grupo/atividade no cenário cultural local, as dificuldades e enfrentamentos, o sagrado, a arte, estética, performance, as relações com a cultura massiva e tecnologias digitais, são alguns dos pontos de reflexões que perpassam as temáticas. Sobre o Grupo de Estudos e a escolha dos temas, o professor Luiz Assunção conversou com o TL.
Professor Assunção, qual o objetivo dessas ações em 2021?
Primeiro é comemorar uma proposta de trabalho em seus 20 anos, destacando a ação da pesquisa/reflexão e a presença de diferentes sujeitos nesse processo. O Grupo não é um projeto isolado ou de uma única pessoa, mas um processo de trabalho em conjunto e em partilha. Mas também reafirmar a importância da produção de conhecimentos das culturas populares na sociedade contemporânea, sobretudo no que diz respeito às questões sobre sua permanência, memória, políticas públicas voltadas para os saberes e comunidades da tradição, as relações com a cultura massiva e tecnologias digitais, entre tantas outras questões. É também um tempo para avaliar os caminhos percorridos e pensar perspectivas de existência.
Quais necessidades motivaram a criação desse núcleo acadêmico?
Entre os principais motivos que nos levaram a pensar na criação de um grupo de estudos no âmbito acadêmico voltado para a reflexão sobre o tema das culturas populares foi a constatação da existência de pesquisas, pulverizadas em diferentes cursos e que pontavam para o interesse de alunos/as na temática. Outro ponto significativo era a ausência de um grupo específico dedicado a pesquisa e a reflexão das questões que perpassam o tema das culturas populares e que pudessem aglutinar projetos e pesquisadores.
Por outro lado não poderíamos desconhecer a existência e a importância dos saberes dos grupos culturais populares e do folclore existentes na cidade, como dos conhecimentos deixados por diferentes estudiosos e folcloristas, na universidade e na cidade de Natal. No primeiro semestre letivo de 2000, ministramos a disciplina “Cultura Popular” no curso de graduação em Ciências Sociais. No final do semestre, procuramos juntar os alunos/as e professores/as interessados em continuar com as reflexões. Foi organizado um ciclo de estudos e durante o evento a divulgação de criação do Grupo de Estudos Culturas Populares, cuja proposta foi apresentada em reunião no dia 08 de junho de 2000, sendo definida a sistemática de trabalho com a programação de encontros mensais e realização de pesquisas. Duas linhas de pesquisas foram definidas: a das manifestações culturais (arte, folclore, tradição, narrativas e sociabilidades) e Religiosidade (rituais, mitos, crenças e processos sociais);
Como se deu a escolha dos temas dos Encontros 2021?
Para as comemorações dos 20 anos do Grupo, além dos Encontros 2021, a divulgação de um Boletim Informativo em retrospectiva das principais atividades, um projeto de vídeos, palestras com convidados externos. Os Encontros 2021, que acontecem sempre na última segunda-feira dos meses junho a novembro, os temas foram definidos a partir das pesquisas concluídas nos últimos anos, em cursos de pós-graduação da UFRN, e discutem questões significativas e pertinentes a cada um dos temas apresentados: o maracatu, o teatro de João Redondo, araruna, benzedeiras, a música de samba enredo, a jurema.
Os Encontros incluem também os interlocutores do campo da pesquisa, sujeitos partícipes na construção dessas pesquisas e reflexões desenvolvidas. Assim, nos Encontros temos uma reflexão elaborada de forma compartilhada em múltiplossaberes. A efetiva conexão com os saberes da tradição foi uma das marcas do Grupo de Estudos nesses vinte anos, que está expressa na realização das pesquisas e na presença dos diferentes sujeitos e seus saberes nas ações dentro da universidade.
PROGRAMAÇÃO
28 de junho - Nação Zambêracatu
26 de julho - Teatro de João Redondo
30 de agosto - Araruna
27 de setembro - Benzedeiras
25 de outubro - Samba-enredo
29 de novembro - Jurema
12 de abril de 2023
07 de abril de 2023
07 de abril de 2023
28 de junho de 2022
16 de junho de 2022
20 de fevereiro de 2022
20 de fevereiro de 2022
20 de fevereiro de 2022
04 de junho de 2023
15 de setembro de 2022