Barreto regrava "Pelas Ruas que Andei”, com o parceiro Alceu Valença.

É Típico!

Vicente Barreto lança ‘Na Força e Na Fé’ com participações de Chico César, Alceu e Baleiro

Álbum ainda inclui composições com Renato Teixeira, Sonekka e Zeh Rocha, e os toques de Mestrinho

08 de setembro de 2024

“Na Força e Na Fé”, o 13º álbum de Vicente Barreto, chegou esta semana nas plataformas digitais. O álbum do artista baiano tem as participações especiais dos parceiros Alceu Valença, Chico César e Zeca Baleiro, e parcerias com Renato Teixeira, Sonekka e Zeh Rocha. Produzido por Rafa Barreto, filho de Vicente, “Na Força e Na Fé” sucede “Paleoríco” (2022) e sai pela Saravá Discos, com distribuição da ONErpm.

O álbum reúne nove parcerias da nova safra de composições de Vicente Barreto, exceto por "Pelas ruas que andei", uma regravação em dueto com Alceu Valença, com quem também compôs “Morena Tropicana”. “Meu parceiro que abriu as comportas do grande sucesso como compositor é Alceu Valença. Neste álbum, a gente canta junto um deles”, relembra Vicente. Lançada por Alceu em 1982, "Pelas Ruas que Andei" ganhou novo arranjo para a gravação em dueto dos autores, escrito por Rafa Barreto.

Parceria e dueto com Chico César, o xote “Ilusão Retada" está rodando nas plataformas de música desde agosto, quando chegou anunciando o lançamento do álbum. O xote tem os toques de Mestrinho na sanfona, que também é ouvido em outras três faixas do álbum.

“Na Força e Na Fé”, parceria com Sonekka que dá nome ao trabalho, abre o álbum, seguida por três composições com Zeca Baleiro: “Ziguezague”, “Êh Flor” e “Saudade de te ver, Paraíba”, apresentada pelos autores em dueto. O álbum segue com “Sementes do baião”, parceria de Vicente com Zeh Rocha; “Falando sério”, composta com Renato Teixeira, e fecha com “Só eu e o sol”, com Sonekka.

Baiano, Vicente Barreto é um dos mais importantes compositores da MPB. Tropicana, Pelas Ruas que Andei, Tirana, Dia de Cão, Cabelo no Pente são músicas que tem a parceria de Vicente Barreto, com Alceu Valença. Mas ele é parceiro também de Tom Zé, Chico César, Paulo César Pinheiro, Celso Viáfora, Jorge Mello, Carlos Pita, Hermínio Bello de Carvalho, Carlos Fernando, Zeh Rocha, para citar parte dos parceiros de Barreto.

NA FÉ

Para o jornalista José Eduardo Camargo, que escreve a apresentação do disco, "Na Força e Na Fé" tem um olhar sereno. No entanto, por trás da voz segura e calma (coisa que só tem quem sabe o que quer da vida) há uma animação sem fim. A mesma animação de quem passava horas e horas ao sereno para ouvir – e depois tocar – os xotes e baiões que formam a identidade nordestina.

"Vicente trouxe isso à flor da pele no projeto que promete resgatar e celebrar suas raízes musicais, sem deixar de lado a sofisticação (ao compor, tocar, cantar) que sempre marcou sua carreira. O disco, que conta com a participação de nomes como Alceu Valença, Zeca Baleiro, Mestrinho e Chico César, é uma jornada sonora por caminhos pisados que nos levam a lugares, se não desconhecidos, pelo menos inexplorados."

"Na Força e Na Fé" representa um retorno de Vicente Barreto às suas origens, explorando sons e ritmos que marcaram sua formação como músico. O álbum foi inspirado por suas memórias da infância e adolescência – muito novo, ele já tocava nos arrasta-pés de Serrinha, interior da Bahia, onde foi criado. Ele é permeado por elementos do baião, do xote e do forró, evocando as paisagens sonoras do sertão nordestino. Faixas como "Sementes do Baião" e "Saudade de Te Ver, Paraíba" evidenciam essa conexão já no nome.

Apesar do forte apelo às suas raízes, Vicente Barreto não abandona a sofisticação musical que é sua marca registrada. As harmonias e melodias do álbum são elaboradas com esmero e minúcia, mostrando o cuidado e a dedicação do artista em cada composição, assim como a marca de seu jeito único ao violão. Canções como "Na Força e Na Fé" (que dá nome ao disco, parceria com Sonekka) e "Falando Sério" (com Renato Teixeira) destacam-se pela complexidade e beleza melódica, mantendo a tradição do artista em criar músicas ricas e envolventes.

Os parceiros de Vicente embarcaram na proposta de explorar suas próprias referências nas letras e composições. Zeca Baleiro, em faixas como "Êh Flor!" e "Ziguezague" (esta conta com a voz de Mestrinho na gravação), trazem seu estilo único e poético. Em uma entrevista recente, Vicente relembrou com carinho como ele e Zeca Baleiro, durante a pandemia, reacenderam sua parceria, resultando em mais de 30 canções. Enquanto isso, Chico César, em "Ilusão Retada", acrescenta sua profundidade lírica. Segundo o próprio Chico, a letra foi escrita para ser uma minibiografia do parceiro, com referências à sua trajetória. "Só Eu e o Sol", outra parceria com Sonekka, também resgata esse clima, ao refletir a decisão de quem deixa a terra natal para voos maiores.

"Sementes do Baião", composta por Vicente Barreto e pelo pernambucano Zeh Rocha,  celebra o sertão e sua flora, com referências a plantas típicas e à esperança trazida pela chuva. Também há espaço para uma releitura de “Pelas Ruas Que Andei”, sucesso gravado em 1982 por Alceu Valença. A parceria dos dois é revivida com frescor num dueto, encaixando-se na proposta do álbum de modo perfeito. A produção de todas as faixas é de Rafa Barreto, filho de Vicente – Rafa é um produtor experiente, que deixa a autenticidade fluir, sem esquecer de amarrar muito bem as pontas musicais de cada arranjo.

"Na Força e Na Fé" é mais do que mais um álbum; é uma celebração da trajetória de Vicente Barreto, um artista que continua a explorar e expandir horizontes com sua música, voando sem perder o chão. Um disco para se ouvir e para se experimentar. Que pode tocar no rádio, nos streamings e nos arrasta-pés. O álbum de um artista sereno – e da gota serena.

 

ACESSE AS PLATAFORMAS PARA OUVIR O ÁLBUM  https://onerpm.link/naforcaenafe