Mestra rendeira Dona Maria de Lourdes Lima, de 87 anos, conta histórias enquanto renda.
É Típico!
Documentário de Dênia Cruz retrata o nascimento da comunidade em torno das rendeiras de bilro e da pesca, a partir de três personagens
12 de abril de 2021
Cinthia Lopes
Fora da orla agitada de Ponta Negra, existe uma vila de histórias cuja comunidade se originou da pesca, da catação de mangabas no entorno do morro do Careca e das rendas de bilro. Hoje o lugar é um refúgio residencial e comercial e muitos moradores vivem de pequenos comércios e de arte, mas parte dessa vida ancestral ainda resiste e um recorte dela pode ser visto no documentário “Vila de Bilros”, dirigido por Dênia Cruz. A estreia é nesta terça-feira, às 19h30, no canal do Youtube da produtora DeMaré. A produção sai através da Lei Aldir Blanc via Prefeitura de Natal.
O documentário, no qual Dênia também assina a pesquisa e o roteiro, conta a história do nascimento da comunidade contada por nativos da região que trazem consigo práticas antigas como a renda do bilro e a pesca. É o caso da mais antiga mestra rendeira dona Maria de Lourdes Lima, que fará 87 anos. E seu João Carlos de Lima, o João do Coco. Também a rendeira Elenide Guilhermina Correia. “Eu fui provocada por uma amiga que coordena a associação das rendeiras (Tapiocaria da Vó) para fazer um documentário que tivesse a Vó Maria como protagonista, por tudo o que ela representa. Mas ao começar a frequentar a Vila me encantei com as histórias do lugar, então eu quis fazer o recorte a partir dos personagens e de seus fazeres, claro que essa potência da renda eu procurei ressaltar”, destaca a diretora.
Dênia abraçou a história de três figuras: Seu João é filho de pescador, mas hoje trabalha numa barraca de praia, e as duas grandes rendeiras cujas histórias estão diretamente ligadas ao nascimento da comunidade. “Eles são o próprio retrato deste rico território, além disso, quis mostrar o valor do trabalho que fazem, pois a renda é um artesanato tão bonito e ainda está na mão dessas senhoras mas que pode se perder se não houver o registro”.
Embora tenha mais dois filmes com temáticas sobre comunidades, “Leningrado – Linha 41” e “Casa de Parede”, Dênia conta que este novo curta não se alinha aos trabalhos anteriores, que abordam questões de moradia. “Vila de Bilros é um filme de histórias. Aliás, Dênia tem maiscuriosidades que não entraram nesta produção. “Durante as filmagens encontramos personagens que sozinhos renderiam um filme. Então por conta do tamanho da produção, decidimos guardar para algo maior”, disse.
Assista
https://www.youtube.com/watch?v=8LukqZPdiWs
FICHA TÉCNICA
Roteiro e Direção: Dênia Cruz
Produção Executiva / Direção de Produção: Tobias Nevesilva
Assistente de Direção: Tereza Duarte / Tobias Nevesilva
Assistente de produção executiva: Tereza Duarte
Produção de Set: Paula Maux
Direção de Fotografia/ Operador de câmera: Ygor Felipe / Julio Schwantz
Assistente de fotografia/ Operador de câmera: Vinicius Soares
Som direto: Marina de Lourdes
Assistente de produção: Fátima Cabral (colaboração)
Montagem/edição: Vinicius Soares
Trilha sonora: Banda Rosa de Pedra
Finalização: Johann Jean
Edição de som e mixagem: Icone Studio
Imagens de drone: Vitor Alencar
Assessoria Jurídica: Ana Flávia Ferreira
Consultoria e desenho de projeto: Ana Paula Medeiros
Colaboração roteiro: Ygor Felipe
Pesquisa: Dênia Cruz e Renata Deniz
Bombeira civil (Protocolo de segurança Covid-19): Kandice Louise
Motorista: Marthus Eduardo
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