Feira Natalense do Disco tem nova edição neste sábado, na loja Titan

É Típico!

Vinil segue em alta e feiras de discos são o melhor lugar para provar isso

Batendo recordes de vendas em 2022 e 2023, o formato avança e Natal já tem nova edição da Feira Natalense do Disco ocorrendo sábado (31)

31 de agosto de 2024

por Alexandre Alves

Se o vinil voltou para ficar ainda é muito cedo para afirmar, mas 2022 foi o ano em que a mídia física do LP (long play ou álbum, propriamente dizendo) novamente ganhou em vendas diante do formato do CD desde o fim dos anos de 1980, segundo fontes como a americana Recording Industry Association of America (RIAA). Foram 43 milhões de cópias novas vendidas já em 2023, isto fora o mercado de usados, que é impossível mensurar a quantidade, seja nos EUA, Europa ou Brasil. Mas os CDs ainda continuam vendendo bem, cerca de 37 milhões de cópias no ano passado.

O fato é que ao redor do mundo e no Brasil as lojas de discos continuam a abrir suas portas cada vez mais para os ouvintes, sejam eles nascidos no século passado ou seja a geração digital dos anos 2000, provando que a música pode manter sua versão analógica mesmo diante da sua versão digital nos streamings, Youtube e demais locais virtuais onde a música possa estar.

As lojas de discos voltaram a pleno vapor
Enquanto cidades como São Paulo mantiveram a cultura do vinil e do CD bem vivas em locais como a Galeria do Rock, novos points passaram a aumentar as lojas de discos, como a Galeria Nova Barão, cujas lojas físicas triplicaram sua presença no centro da capital paulista. Aqui do lado, na cidade de João Pessoa, só existiam duas lojas há cinco anos e hoje já são seis lojas físicas, fora os vendedores virtuais, todos fazendo circular discos novos e usados.

O grande problema no Brasil neste novo milênio é a pequena quantidade de fábricas de discos de vinil e de CD (a poderosa Sony Music, por exemplo, desativou sua fábrica de CDs em Manaus nos últimos anos). Se na década de 1980 existiam por volta de 15 a 20 fábricas de grande escala para produzir disco de vinil, no Brasil hoje somente existem três delas: a Polysom (a mais antiga) e a Rocinante (a mais recente) no Rio de Janeiro e a Vinil Brasil (em São Paulo). Entre artistas potiguares, nos últimos anos grupos como Thee Automatics, Jubarte Ataca, Luísa & Os Alquimistas, Son Of A Witch, Camarones e Psychotic Apes apostaram no formato do vinil, todos com tiragens pequenas.

Em todas elas, a fila de espera varia de acordo com a quantidade encomendada, que fica entre 200 até 500 unidades na maioria dos lançamentos independentes e chega às mil cópias (ou mais!) se for um artista já consagrado, mas todos enfrentando uma fila de espera que varia de 03 a 09 meses, ficando na média de 06 meses a atual encomenda. Ainda existem diversas fábricas de menor porte de CD no Brasil, cujo mercado independente dos pequenos selos e gravadoras mantém o mercado delas aquecido, mas bem longe dos números milionários das décadas de 1990 e do começo dos anos 2000, quando o consumo de música via internet e aplicativos diversos entrou em cena.

Na capital potiguar, a FENADISC (Feira Natalense do Disco) vira referência local

  Já tradicional desde 2019 e indo para sua edição de número 13, a Feira Natalense do Disco aparece como grande oportunidade de encontrar em um único lugar os vendedores mais atuantes no mercado potiguar, que hoje conta já com 06 lojas físicas na capital, quase todas localizadas no Cidade Alta e funcionando mais com LPs usados do que novos, que custam mais caro e ainda possuem um público mais restrito devido aos preços existentes no mercado, todos na casa dos três dígitos, seja nacional ou importado. 

Da mais antiga em atividade, a Sunrise Discos (que fica no Mercado de Petrópolis), até as mais recentes Espaço Música, Toca Disco e Loki Discos, todas irão participar da FENADISC, que ocorre nesse sábado a partir das 10 horas da manhã e segue até fim de tarde no Shopping Natal Sul (esquina da Av. Prudente de Morais com Av. Nascimento de Castro). É neste local que está também a mais nova loja da cidade, a Titan, que vende tanto LPs e CDs novos quanto exemplares usados e em bom estado. 

Segundo seu proprietário, Emerson Silva, “O mercado está bastante aquecido, com pessoas procurando tanto o vinil lacrado quanto o usado. Os CDs vendem bem menos, mas não deixa também de ter seu público cativo”. Completam esta versão da feira – que, segundo os organizadores, será a maior feira de discos no RN em todos os tempos – sebos natalenses como o Cata Livros e o Sebo, e as lojas virtuais Liberta Sons, Le Corbeau e Natown Discos, além de um dos maiores vendedores de discos do Nordeste, a Óliver Discos, de João Pessoa, também se fazer presente.

Lembrando que a feira também permite que seus compradores possam levar seus LPs e CDs para trocas e vendas com os lojistas, com todos fazendo parte da comunidade que ainda prefere escutar música em seus formatos já consagrados.

SERVIÇO
O QUE? Feira Natalense do Disco (FENADISC)
QUANDO? 31 de agosto, sábado, das 10h até 17h
ONDE? Shopping Natal Sul (esquina da Av. Prudente de Morais com Av. Nascimento de Castro)
QUANTI CUSTA? Evento gratuito