"Lendas da Revolução" aborda cenário histórico, mas também romance e relações familiares

Agenda Cultural

"Lendas da Revolução", de Carlos Peixoto, é a obra local recordista de venda da Cooperativa Cultural

Romance histórico tem como cenário a cidade do Natal e a revolta militar/comunista de novembro de 1935.

26 de janeiro de 2022

O romance “Lendas da Revolução”, de autoria do jornalista e escritor Carlos Peixoto, é a obra de ficção potiguar mais procurada de 2021 na livraria da Cooperativa Cultural da UFRN. O livro está no nível de interesse de obras nacionais e internacionais, como Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, considerado também o livro mais lido da Amazon. O romance do escritor potiguar, assim como o best-seller do autor baiano, aborda aspectos regionais e mistura história e ficção. “Lendas da Revolução” foi lançado em março de 2021, e falamos sobre ele aqui no TÍPICO.

A obra traz como cenário a cidade do Natal e a revolta militar/comunista de novembro de 1935, quando um Governo Popular Revolucionário chegou a ser instalado por 72 horas na capital potiguar.  O núcleo principal da trama é a experiência pessoal do soldado Manoel Gregório, praça do 21° Batalhão de Caçadores, durante os quatro dias da “Revolução”  (intentona na historiografia oficial). O personagem é inspirado em um Manoel Gregório real, vizinho da casa dos pais do autor nas Quintas. Das lembranças sobre o personagem o autor cruou o relato que envolve o leitor não só com as informações históricas sobre a revolta militar, também nos laços de família, camaradagem na tropa, dilemas e amores vivenciados por personagens reais e fictícios arrastados, voluntária ou involuntariamente, para o conflito. A história está dividida em quatro partes, uma para cada dia da Revolução – ocorrida entre os dias 23 e 26 de novembro – e mais uma com o período entre os anos de 1936 e 1940. 

Lendas da Revolução tem capa e capítulos ilustrados por Alexis Peixoto. A edição foi realizada através da Lei Aldir Blanc, por meio do Selo Cultural Caravela.  A obra começou a ser escrita em janeiro de 2019, durante uma temporada de férias em São Paulo, mas só foi concluída em setembro de 2020, quando o autor já estava de volta e no isolamento social imposto pela pandemia do Covid. O lançamento aconteceu em março de 2021 e parte da renda chegou a ser revertida para a Cooperativa. 

Ao jornal Tribuna do Norte, Carlos Peixoto comentou que o cenário político do livro não foi o principal motivo da grande procura de seu livro.  “É preciso observar que o episódio histórico da Revolução de 1935 não é tão conhecido. Mas é possível fazer um paralelismo entre os governos de Vargas, entre 1930 e 35, e o desgoverno Bolsonaro, nos aspectos negativos de ambos. O primeiro desses  aspectos é que ambos se  anunciaram contra a velha política, incluindo a promessa de combate à corrupção”, explica. 

Fonte: TL e TN